Tempo de leitura: 7 min

Sobre a História: A Feiticeira do Untersberg é um Legend de austria ambientado no Medieval. Este conto Dramatic explora temas de Courage e é adequado para Adults. Oferece Moral perspectivas. Uma história fascinante de mistério, escolha e os segredos da lendária montanha da Áustria.
Erguendo-se como um titã solitário das colinas ondulantes da Áustria, o Untersberg projeta sua sombra sobre os vales circundantes, seus picos imponentes encobertos por névoa. Para os habitantes locais, a montanha é um paradoxo—um lugar de beleza e ameaça. Lendas entrelaçam-se por suas florestas e ecoam em suas cavernas, sussurradas em tavernas e ao redor das lareiras. De todas essas histórias, nenhuma é tão duradoura ou temida quanto a lenda da Bruxa do Untersberg.
Dizem que ela vive lá há séculos, guardando seus segredos e testando a coragem daqueles que os buscam. Seu nome é um fio na tapeçaria da história da região, ligando o passado ao presente. Esta é a sua história, um conto de medo, anseio e uma montanha que parece respirar com vida própria.
A aldeia de Hintergrün estava aninhada aos pés do Untersberg. Suas casas modestas, construídas de madeira e pedra, eram encolhidas pela montanha imponente, e a vida ali seguia o ritmo das estações. Para os aldeões, a montanha era tanto doadora quanto tomadora. Seus riachos forneciam água, suas florestas lenha, mas sua sombra carregava uma aura de presságio. “Fiquem longe das cavernas,” as mães avisavam seus filhos. “E nunca andem muito longe ao anoitecer.” Lukas era uma dessas crianças, embora já não fosse mais jovem. Pastor de profissão, passava a maior parte dos dias cuidando de seu rebanho nos pastos perto da borda da floresta. A vida havia sido generosa com ele de pequenas maneiras—sua filha Lena era sua alegria, e seu lar era humilde, mas acolhedor. Contudo, Lukas frequentemente se pegava olhando para o Untersberg, como se a montanha o chamasse. O chamado tornou-se mais forte quando um estranho chegou a Hintergrün. Era um homem idoso, envolto em um manto esfarrapado, com olhos penetrantes apesar dos anos. Ele falava de coisas que poucos ousavam mencionar. “A montanha esconde mais do que rocha e neve,” disse ele aos aldeões reunidos na pousada. “Há portas dentro dela, limiares para outros reinos. E ela as guarda.” “Quem?” alguém perguntou. “A Bruxa do Untersberg.” O nome caiu como uma pedra em um lago silencioso. Duas semanas depois, Lukas encontrou a carta. Ela estava esperando em sua porta, embora ninguém na aldeia tenha afirmado tê-la entregue. O pergaminho era liso e pálido, a escrita elegante e desconhecida. *Para Lukas, Pastor de Hintergrün, A montanha te observa, assim como observou muitos antes de ti. Venha ao caminho escondido sob a lua cheia. Lá, suas perguntas encontrarão respostas.* A princípio, Lukas pensou que fosse uma brincadeira cruel. Mostrou a Lena, que insistiu que ele a ignorasse. Mas, com o passar dos dias, ele sentia uma atração mais forte do que qualquer outra que conhecera. Quando a lua cheia subiu, Lukas tomou sua decisão. Pegando sua lanterna e seu bastão, partiu em direção à base da montanha. Os aldeões sussurravam ao vê-lo partir, seus olhos largos de preocupação. O ar noturno estava crocante, e a lua pintava a floresta de prata. Enquanto Lukas seguia o caminho, notava o quão silencioso tudo havia se tornado. Sem pássaros, sem folhas farfalhando—apenas o som de suas botas esmagando a terra. Ele alcançou a base da montanha, onde as árvores davam lugar a rochas íngremes. Por um momento, pensou que a carta havia mentido. Mas então, enquanto sua lanterna varria o chão, viu—uma trilha estreita, escondida sob uma emaranhada de cipós. Empurrando-se através deles, encontrou a entrada de uma caverna. Água cascava sobre sua boca, formando uma cortina cintilante. Lukas hesitou, mas a atração em seu peito o impulsionou adiante. Dentro, o ar estava úmido e frio. A lanterna projetava sombras tremeluzentes nas paredes, e o som da água ecoava interminavelmente. À medida que avançava, uma luz estranha começou a brilhar à frente. A caverna abriu-se para uma vasta câmara, cujas paredes brilhavam com cristais que pareciam vibrar levemente. No centro, estava uma mulher encapuzada de preto, seus cabelos prateados caindo por suas costas. Ela se virou quando ele se aproximou, seus olhos como ouro fundido. “Você veio,” disse ela, sua voz ressoando no ar. Lukas sentiu sua garganta seca. “Você é... a Bruxa?” Ela sorriu levemente. “Alguns me chamam assim. Outros me chamam de guardiã, maldição ou salvadora. O que importa é por que você está aqui.” “Eu não sei,” admitiu Lukas. “Sua carta—” “Foi uma convocação, sim,” interrompeu ela. “Você foi escolhido, Lukas. A montanha te considerou digno de seu dom. Mas todo dom tem um preço.” “Que tipo de dom?” ele perguntou, sua voz mal acima de um sussurro. Sua mão moveu-se, e um anel apareceu em sua palma. Era de prata, gravado com símbolos que pareciam se mover e se contorcer. “Este anel te concederá visão além da visão. Você saberá o que outros não podem, verá o que outros não veem. Mas também te ligará à montanha. Você nunca poderá falar sobre o que sabe, e deve proteger os segredos que ela revela.” Quando Lukas acordou, estava deitado na grama macia aos pés da montanha. O sol estava nascendo, sua luz dourada e quente. O anel estava em seu dedo, seu peso tanto reconfortante quanto ominoso. Ele retornou à aldeia, onde as pessoas o receberam com alívio e curiosidade. Ele disse apenas que se havia perdido e passado a noite na floresta. Eles aceitaram sua história, mas Lukas sentiu seus olhos fixos nele por mais tempo do que o habitual. Com o tempo, começou a entender o poder do anel. Ele podia sentir o clima antes que chegasse, prever os movimentos de seu rebanho e até ver vislumbres de eventos que ainda estavam por acontecer. Os aldeões maravilhavam-se com sua nova sabedoria, embora nunca a questionassem em voz alta. Numa noite de inverno, um grupo de estranhos chegou a Hintergrün. Alegavam ser estudiosos, mas suas perguntas sobre o Untersberg eram intrusivas demais, seu interesse muito intenso. Lukas pressentiu problemas imediatamente. “Vocês devem deixar a montanha em paz,” disse a eles. “Ela não está feita para ser compreendida.” Riram dele. “É apenas uma montanha,” disse um deles. “Você tem medo de sombras.” O grupo partiu na manhã seguinte, armado com cordas e lanternas. Os dias passaram, e então os gritos começaram. Ecoavam da montanha, gelando os aldeões até os ossos. Um grupo de busca encontrou apenas seus equipamentos abandonados. Numa noite, enquanto Lukas estava sentado sozinho perto do fogo, o anel em seu dedo começou a brilhar. A voz da bruxa encheu sua mente, suave porém comandante. “O tempo chegou, Lukas. Você protegeu bem a montanha, mas sua missão ainda não está completa. Você permanecerá na aldeia ou se juntará a mim e se tornará um verdadeiro guardião do Untersberg?” Lukas sentiu o peso de suas palavras. Deixar seu lar, sua filha, sua vida—era impensável. No entanto, no fundo, sabia que seu destino estava com a montanha. Ele subiu o Untersberg pela última vez, desaparecendo em suas névoas. Lukas nunca mais foi visto, mas seu legado perdurou. A aldeia prosperou, e as histórias da Bruxa do Untersberg enriqueceram-se a cada relato. Alguns dizem que Lukas se tornou um com a montanha, um protetor silencioso. Outros afirmam que ele se juntou à bruxa, sua alma ligada à dela. Qualquer que seja a verdade, o Untersberg continua sendo um lugar de mistério, seus segredos guardados por aqueles que são corajosos—ou tolos—o suficiente para buscá-los.Os Murmúrios da Montanha
A Carta
O Caminho Escondido
A Bruxa
O Retorno
Os Estranhos
A Escolha Final
Epílogo