Tempo de leitura: 6 min

Sobre a História: A Feiticeira do Vulcão Irazú é um Legend de costa-rica ambientado no Contemporary. Este conto Descriptive explora temas de Nature e é adequado para Adults. Oferece Cultural perspectivas. Algumas lendas nunca deveriam ser desenterradas.
Há uma lenda antiga nas terras altas da Costa Rica, uma que sussurra através da névoa densa e persiste no ar frio do imponente vulcão Irazú. Ela fala de uma mulher, tanto temida quanto reverenciada, que uma vez viveu nas encostas da montanha — uma feiticeira ligada à terra por uma maldição tão antiga quanto o próprio vulcão. Alguns a chamam de guardiã, outros de espírito vingativo.
Mas todos que ouvem sua história sabem uma coisa: a montanha não esquece, e aqueles que a transgridem podem nunca mais retornar.
Isabella Fernández passou anos perseguindo esses mitos, sua fascinação beirando a obsessão. Como historiadora, dedicou sua vida a desvendar os mistérios do folclore, acreditando que por trás de cada conto havia uma verdade oculta. Mas algumas histórias, como ela logo aprenderia, é melhor deixá-las sem contar.
O ar matinal estava fresco quando Isabella e seu colega, Diego Morales, estiveram na base do vulcão Irazú. O pico imponente se erguia acima deles, parcialmente oculto pela névoa. Eles haviam chegado antes do amanhecer, na esperança de assistir ao nascer do sol do cume, mas, ao começarem a subida, a luz permanecia teimosamente escondida atrás de nuvens densas. "Você tem certeza de que isso é uma boa ideia?" Diego perguntou, ajustando a alça da câmera. Sua voz estava carregada de inquietação. Isabella revirou os olhos. "Você foi quem implorou para vir junto, lembra?" "Sim, pela aventura — não porque eu realmente acredite em bruxas." Ela sorriu, seguindo pelo caminho rochoso. "Esse é o problema, Diego. As pessoas descartam lendas sem procurar a verdade." Eles continuaram sua ascensão, o silêncio da montanha os cercando. Quanto mais subiam, mais o ar carregava uma quietude assustadora, como se a própria terra estivesse prendendo a respiração. Então, exatamente quando contornaram uma curva na trilha, uma figura emergiu da névoa. Uma mulher, vestida de preto, estava na beira do caminho. Seu rosto estava encoberto por um capuz profundo, sua presença inquietantemente imóvel. Diego enrijeceu. "Uh... Isa?" O coração de Isabella disparou, mas ela forçou-se a manter a calma. "Com licença," ela chamou, aproximando-se. "Você mora aqui em cima?" A mulher ergueu a mão e apontou para o cume. Sua voz, baixa e rouca, atravessou a névoa. *"Voltem. Ela não os recebe."* Antes que Isabella pudesse responder, a mulher derreteu-se na névoa, desaparecendo tão repentinamente quanto havia aparecido. Diego exalou bruscamente. "É isso. Nosso sinal para sair daqui imediatamente." Mas a curiosidade de Isabella estava queimando agora, seu instinto de historiadora gritando que haviam descoberto algo. "Ou significa que estamos nos aproximando da verdade." Ignorando as protestações de Diego, ela continuou em frente. Quando alcançaram a borda da cratera, a névoa havia diminuído, revelando uma paisagem deslumbrante — porém assombrada. A bacia vulcânica se estendia diante deles, sua terra enegrecida riscada de amarelo sulfúrico e veias vermelhas profundas de rocha. O vento uivava através da cratera, carregando sussurros que soavam quase humanos. Diego ajoelhou-se ao lado de uma formação rochosa irregular, inspecionando-a através da lente da câmera. "Ei, olha isso." Isabella agachou-se ao lado dele. A rocha estava esculpida com símbolos — padrões intrincados que pareciam muito deliberados para serem naturais. Alguns lembravam petroglyphs antigos, mas outros eram totalmente desconhecidos. "Isto é incrível," sussurrou Isabella, passando os dedos pelas sulcos. "Essas marcações não são aleatórias. Elas contam uma história." Então, de dentro da cratera, um brilho fraco chamou sua atenção. "Você vê aquilo?" ela perguntou. Diego seguiu seu olhar. "Isso não é normal, certo?" O pulso de Isabella acelerou. Sem mais uma palavra, ela começou a descer a encosta íngreme, em direção ao brilho. "Isa — espera!" Diego chamou, mas ela o ignorou. À medida que se aproximava da fonte, ela percebeu o que era — um altar, meio enterrado em cinza vulcânica. A pedra estava desgastada, mas inconfundivelmente esculpida por mãos humanas. Símbolos como os da formação rochosa pulsavam fracamente em sua superfície. "Isto… isto é antigo," murmurou Isabella. "Pré-colombiano, talvez mais antigo." Diego ajoelhou-se ao lado dela. "Isso parece a parte em que voltamos antes do horror começar, como num filme." Mas Isabella não estava ouvindo. Seus dedos roçaram a superfície do altar e, no momento em que fizeram contato, um tremor profundo roncou sob eles. Então, das sombras, algo se moveu. O vento uivava através da cratera, carregando consigo o cheiro de enxofre e algo mais antigo, algo antinatural. Isabella se virou, e sua respiração ficou presa na garganta. Uma figura emergia da escuridão, envolta em sombras turvas. Sua forma era humana — quase — mas seus olhos queimavam como brasas, e sua voz era tanto um sussurro quanto um rugido. "Vocês perturbam meu santuário." Diego retrocedeu apressadamente. "Não. Não. Eu termino." Mas Isabella manteve-se firme. "Quem é você?" A mulher se aproximou, e enquanto o fazia, as sombras se afastaram, revelando um rosto tanto belo quanto aterrorizante. "Eu fui Ximena," disse ela. "A guardiã desta montanha. A última da minha espécie." O coração de Isabella disparou. "A Bruxa de Irazú…" A expressão de Ximena escureceu. "É assim que me chamam agora. Mas outrora, eu fui uma protetora." Seu olhar deslizou para o altar. "Até que me traíram. Até que me lançaram no fogo." O chão tremeu novamente, o próprio vulcão parecendo gemer sob seus pés. "Vocês buscam conhecimento," disse Ximena, sua voz agora perigosamente suave. "Mas o conhecimento tem um preço." O ar crepitava com energia, e de repente, Isabella soube. Ximena não era um mero espírito. Ela estava ligada a este lugar, sua própria essência fundida com o poder do vulcão. E agora, Isabella fazia parte da lenda. O vulcão roncava, fissuras de magma se formando sob o altar. Diego agarrou o braço de Isabella. "Precisamos fugir — agora!" Mas Ximena ergueu a mão, e o chão sob eles permaneceu firme. "Vocês têm duas escolhas," disse ela. "Partir agora e nunca mais voltar, ou ficar e aprender a verdade desta montanha." Isabella hesitou. Ela passou anos procurando por algo assim. Será que realmente poderia desistir agora? "Isabella, não," Diego implorou. "Você não deve isso a este lugar!" Mas sua decisão estava tomada. Ela se virou para Ximena. "O que devo fazer?" Ximena sorriu. "Sacrifício." Antes que Diego pudesse detê-la, Isabella avançou e colocou a mão sobre o altar. O calor invadiu suas veias, fogo e cinzas girando ao seu redor. Seu corpo ardia, sendo remodelado, transformado. A última coisa que ouviu foi Diego gritando seu nome. Então—escuridão. Quando a cinza se dissipou, Diego estava sozinho. O altar estava silencioso. O vulcão se acalmou. E Isabella havia desaparecido. Mas, ao se virar para partir, um sussurro foi carregado pelo vento. *"A lenda nunca morre, Diego."* Ele se virou abruptamente, a respiração ofegante. Lá, onde Isabella havia estado, estava uma nova figura — seus olhos brilhando, seu corpo envolto em sombras. Ela já não era mais Isabella Fernández. Ela era a nova Bruxa de Irazú. E a montanha a havia escolhido.A Ascensão
Segredos na Cinza
A Bruxa Desperta
A Escolha Final
Epílogo: A Nova Lenda