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Sobre a História: A História da Árvore Mágica é um Legend de south-africa ambientado no Ancient. Este conto Poetic explora temas de Nature e é adequado para All Ages. Oferece Cultural perspectivas. Um conto da magia da natureza, da coragem humana e do poder da proteção.
Era uma vez, bem no coração do Grande Karoo, na África do Sul, havia uma árvore diferente de todas as outras. Não era uma árvore comum, pois dizia-se que possuía uma magia mais antiga que as colinas mais velhas, um poder que remontava aos dias em que a terra era jovem e os espíritos da terra ainda vagavam livremente. Esta árvore, que se erguia alta e orgulhosa no centro de uma vasta e seca planície, era conhecida pelos moradores locais como Ubukhazikhazi, que significa "a que brilha por dentro". Sua casca cintilava com uma luz dourada tênue, e suas folhas sussurravam segredos para aqueles que ousavam escutar.
Por séculos, pessoas de terras distantes vinham, enfrentando o calor escaldante do dia e os ventos gelados da noite, em busca da magia da árvore. Alguns buscavam sabedoria, outros riquezas, e ainda outros vinham na esperança de curar feridas que a medicina não conseguia alcançar. Mas poucos realmente a encontravam, pois a árvore tinha vontade própria e só se revelava para aqueles de coração e intenções puras.
Para o povo da vila próxima de Ekuseni, a árvore mágica era mais que uma lenda; era uma guardiã, uma protetora de seu modo de vida. Muitas histórias eram contadas ao redor das fogueiras nas noites frescas sobre a Ubukhazikhazi, como ela havia salvado a vila durante tempos de seca, suas folhas transformando o céu em chuva com apenas um toque. Os anciãos falavam de como ela uma vez protegeu a vila de invasores, suas raízes emergindo da terra para tropeçar os soldados que marchavam em direção à vila com más intenções. No entanto, já faziam muitos anos desde que alguém de Ekuseni havia visto a árvore mágica. Alguns acreditavam que a árvore finalmente havia adormecido, seu propósito cumprido. Outros sussurravam que talvez os moradores tivessem perdido o rumo, já não merecendo a proteção da árvore. Ainda assim, alguns, especialmente os jovens, mantinham a esperança de que a Ubukhazikhazi um dia se revelasse novamente. Entre esses sonhadores estava uma jovem chamada Naledi, cujo nome significava "estrela". Naledi havia crescido ouvindo histórias da árvore contadas por sua avó, que certa vez afirmou tê-la visto em sua juventude. Essas histórias encheram Naledi de um senso de maravilha e aventura. Ao contrário dos outros na vila, que haviam começado a duvidar dos contos antigos, Naledi acreditava na árvore mágica de todo o coração. Uma noite, enquanto Naledi estava deitada na cama olhando para o céu estrelado, sentiu um puxão estranho, como uma voz suave chamando-a de longe através das planícies. Era tênue, quase mais do que um sussurro carregado pelo vento, mas Naledi sabia o que era. A árvore estava chamando-a. Sem hesitar, ela saiu da cama, tomando cuidado para não acordar sua família, e dirigiu-se em direção às planícies distantes. Enquanto caminhava, o ar ao seu redor parecia vibrar com energia. As estrelas acima brilhavam mais intensamente do que nunca, e o vento carregava o aroma de flores desabrochando, embora fosse a estação seca. Era como se a própria terra estivesse viva com a magia da árvore. Naledi caminhou por horas, seus pés a levando cada vez mais longe da vila, mas ela não se cansava. Sabia que estava sendo guiada pela árvore, e seu coração pulsava de excitação à ideia de finalmente ver a lendária Ubukhazikhazi com seus próprios olhos. À medida que a primeira luz do amanhecer começava a tocar o horizonte, Naledi a viu. Lá, erguida contra o céu rosa e laranja, estava a árvore mágica. Sua casca brilhava como ouro na luz da manhã, e suas folhas resplandeciam com orvalho, embora não tivesse chovido. A árvore parecia irradiar uma luz interior, exatamente como diziam as histórias. Naledi aproximou-se da árvore com reverência, com a respiração presa na garganta. Estendeu a mão para tocar sua casca, esperando meio que que ela desaparecesse diante de seus olhos como uma miragem. Mas a árvore era real. A casca estava quente ao toque e, quando seus dedos a roçaram, sentiu uma onda de energia percorrer seu corpo. Nesse momento, a árvore falou com ela, não em palavras, mas em sentimentos e imagens. Mostrou-lhe a história da terra, como havia guardado as planícies por milhares de anos, com suas raízes estendendo-se profundamente na terra, conectando-se com o espírito da própria terra. Mostrou-lhe as vezes em que protegeu a vila, sua magia fluindo pela terra e pelo céu, guiando a chuva, acalmando os ventos e abrigando o povo. Mas a árvore também lhe mostrou algo mais. Mostrou que sua magia não era infinita. Tinha enfraquecido ao longo dos anos e, em breve, não teria mais força para proteger a vila. A árvore tinha chamado Naledi porque precisava de sua ajuda. A Ubukhazikhazi precisava de uma guardiã, alguém que pudesse carregar sua magia e manter o equilíbrio entre a terra e as pessoas. A magia da árvore não podia sobreviver sozinha; precisava de um coração humano, puro e bondoso, para protegê-la e guiá-la. Sem tal guardiã, a árvore desapareceria, e com ela, a proteção que oferecia há tanto tempo. Naledi ficou sobrecarregada com a enormidade da tarefa diante dela, mas sabia em seu coração que não podia recusar. A árvore a havia escolhido, e ela não a decepcionaria. Com uma respiração profunda, ajoelhou-se diante da árvore, colocando a mão na terra nas suas raízes. Ao fazer isso, sentiu a magia da árvore fluir para dentro dela, preenchendo-a com calor e luz. Por um momento, tudo ficou quieto. Então, quando Naledi abriu os olhos, viu o mundo de uma nova maneira. As cores eram mais vibrantes, o ar parecia mais vivo, e ela podia sentir a presença da magia da árvore ao seu redor. Ela havia se tornado a guardiã da árvore e, com isso, havia adquirido uma compreensão mais profunda do mundo. Com a magia da árvore agora parte dela, Naledi sabia que precisava retornar à vila. A árvore lhe havia dado um grande presente, mas também lhe havia conferido uma grande responsabilidade. Ela precisava proteger a árvore e garantir que sua magia fosse usada sabiamente. Enquanto Naledi retornava pelas planícies, sentia um novo senso de propósito. O vento parecia carregá-la para frente, e a terra sob seus pés parecia mais macia e acolhedora. Ela sabia que a magia da árvore estava com ela, guiando cada passo. Quando finalmente chegou à vila, o sol estava alto no céu e os moradores começaram suas tarefas diárias. A princípio, ninguém notou seu retorno, mas conforme ela caminhava pela vila, algo em sua presença chamava atenção. Os anciãos, que há muito tempo haviam deixado de acreditar na magia da árvore, sentiram um estranho despertar em seus corações ao olharem para Naledi. Viram em seus olhos uma luz que não viam há muitos anos. Naledi foi direto para a casa de sua avó, onde encontrou a velha senhora sentada do lado de fora, tecendo uma cesta. Sua avó olhou para cima quando Naledi se aproximou, e um sorriso compreensivo se espalhou por seu rosto. "Você a viu, não foi?" a avó perguntou, com a voz suave, mas cheia de orgulho. Naledi assentiu, seu coração transbordando de emoção. "Sim, vi. E é mais bonita do que eu jamais imaginei." A notícia rapidamente se espalhou pela vila de que Naledi havia encontrado a árvore mágica. Pessoas de todos os cantos de Ekuseni vinham ouvir sua história, e à medida que ela falava da árvore e da magia que agora carregava, a esperança retornava aos corações dos moradores. Os anciãos, que antes duvidavam do poder da árvore, começaram a acreditar novamente. Perceberam que a magia da árvore não havia sido perdida, mas estava simplesmente esperando pela pessoa certa para continuar. Com Naledi como guardiã da árvore, sabiam que a vila estaria novamente protegida. Com o tempo, Naledi aprendeu a dominar a magia que a árvore lhe concedeu. Usou-a para curar os doentes, trazer chuva durante tempos de seca e proteger a vila de perigos. As pessoas de Ekuseni a reverenciavam, não como uma líder, mas como uma protetora e guia, assim como a árvore havia sido. Mas Naledi nunca esqueceu a responsabilidade que acompanhava a magia. Sabia que o poder da árvore não era infinito e que dependia dela garantir que fosse usado sabiamente. Ela ensinou os moradores a respeitar a terra e a viver em harmonia com o mundo natural, assim como a árvore a havia ensinado. Os anos passaram, e a vila de Ekuseni prosperou. As pessoas não temiam mais as estações secas, pois sabiam que Naledi e a árvore cuidariam delas. A vila cresceu, e novas gerações nasceram, mas as histórias da Ubukhazikhazi e de sua magia nunca foram esquecidas. Naledi envelheceu, mas a magia da árvore a mantinha forte. Ela permaneceu como guardiã da vila por muitos anos, zelando pelo povo e pela terra com o mesmo cuidado e amor que a árvore lhe havia mostrado. À medida que Naledi se aproximava do fim de sua vida, sabia que era hora de passar a magia da árvore para uma nova guardiã. Ela havia sido abençoada por carregar a magia por tanto tempo, mas o momento tinha chegado para que outra pessoa assumisse o manto. Uma noite, enquanto o sol se punha sobre as planícies, Naledi reuniu os moradores da vila. Ela se colocou diante deles, com os cabelos agora prateados, mas os olhos ainda brilhando com a luz da magia da árvore. Falou sobre a importância da árvore, de como sua magia os protegia há gerações, e como agora era hora de escolher uma nova guardiã. As palavras de Naledi pairaram no ar, e os moradores ouviram em silêncio. Então, uma jovem se adiantou. Seu nome era Thandi, e, como Naledi, havia crescido ouvindo histórias sobre a árvore mágica. Seu coração era puro e seu espírito forte. Naledi sorriu ao olhar para Thandi, vendo nela a mesma luz que a árvore havia visto nela tantos anos atrás. Sabia que Thandi era a escolhida. Com um aceno gentil, tomou a mão da jovem e a conduziu para fora da vila, através das planícies, até o lugar onde a Ubukhazikhazi ainda se erguia alta e orgulhosa. À medida que se aproximavam da árvore, os olhos de Thandi se arregalaram de maravilha, assim como os de Naledi tantos anos antes. A árvore brilhava no crepúsculo, suas folhas farfalhando na brisa da tarde. Naledi colocou a mão de Thandi na casca da árvore e, naquele momento, a magia fluiu de Naledi para a jovem, preenchendo-a com o mesmo calor e luz que Naledi havia sentido. Thandi ofegou enquanto a magia a envolvia, e Naledi observava com orgulho enquanto os olhos da garota se iluminavam com o poder da árvore. A árvore havia escolhido sua nova guardiã, e Naledi sabia que Ekuseni estaria em boas mãos. Com sua missão cumprida, Naledi sorriu e recuou, sentindo uma profunda sensação de paz. A magia da árvore agora estava sob os cuidados de Thandi, e a vila continuaria a prosperar sob sua vigilância atenta. Naledi retornou à vila pela última vez, contente com o conhecimento de que a magia da Ubukhazikhazi continuaria viva. Os moradores a receberam com amor e gratidão, e ela passou seus dias finais cercada por família e amigos, com o coração cheio de satisfação por ter cumprido seu destino. Anos depois, muito tempo após o falecimento de Naledi, a vila de Ekuseni continuava a prosperar. As histórias da árvore mágica e de suas guardiãs eram passadas de geração em geração, e as pessoas nunca esqueceram a importância de viver em harmonia com a terra. Thandi, a nova guardiã da árvore, zelava pela vila assim como Naledi havia feito, usando a magia da árvore para curar, proteger e guiar seu povo. E, com o passar dos anos, Thandi sabia que um dia, quando seu tempo chegasse, ela passaria a magia para outra, assim como Naledi havia passado para ela. E assim, o legado da Ubukhazikhazi continuou, um farol brilhante de esperança e magia no coração do Grande Karoo. A magia da árvore, carregada nos corações de suas guardiãs, continuava a proteger as pessoas e a terra, assim como fazia há séculos.A Vila e a Lenda
Um Chamado da Árvore
O Encontro
O Pedido da Árvore
A Jornada de Volta
Uma Nova Era
Passagem da Tocha
A Nova Guardiã da Árvore
O Legado Continua