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Por que a Girafa Tem um Pescoço Longo
In the golden glow of an African sunrise, young Ndemi the giraffe gazes longingly at the towering acacia trees, dreaming of a future where he can reach the highest leaves. The vast savanna stretches beyond, filled with the harmony of nature and the wisdom of the ancient baobab tree.

Sobre a História: Por que a Girafa Tem um Pescoço Longo é um Folktale de senegal ambientado no Ancient. Este conto Poetic explora temas de Perseverance e é adequado para All Ages. Oferece Moral perspectivas. A jornada de perseverança e transformação de uma jovem girafa diante das dificuldades.

Antes que a terra conhecesse reis e governantes, antes que os animais tivessem suas forças e fraquezas, todas as criaturas vagavam pelas vastas planícies do Senegal como iguais. O leão ainda não era rei, o elefante ainda não era o maior, e a girafa — bem, a girafa não era mais alta que uma antílope, nem mais grandiosa que um gnú.

A vida era simples. Os rios corriam largos e cheios, as gramas balançavam verdes e altas, e as árvores davam frutos que nenhum animal tinha dificuldade em alcançar. Mas, à medida que o mundo envelhecia, o equilíbrio começou a mudar. A terra tornou-se mais dura. Os fortes prosperaram, e os fracos lutaram.

E no coração deste mundo em transformação vivia uma jovem girafa chamada Ndemi, inquieta e cheia de perguntas. Ele não aceitava as coisas como eram. Ele via um futuro que ninguém mais conseguia enxergar.

Esta é a sua história — a história de como a girafa se elevou acima das demais, alcançando algo maior do que o que lhe foi dado.

O Tempo dos Iguais

Na savana dourada, onde as árvores de baobá se erguem como sentinelas ancestrais, todas as criaturas compartilhavam o mesmo destino. Elas pastavam juntas, bebiam juntas e sofriam juntas. Os leões eram ferozes, mas não invencíveis, as zebras eram rápidas, mas não intocáveis, e as girafas — baixas, compactas e sem destaque — eram apenas mais uma face no rebanho.

Ndemi, no entanto, era diferente.

Desde que era um filhote, ele questionava o mundo ao seu redor. Observava os pássaros voando pelos galhos mais altos, se alimentando de frutos que nenhum animal conseguia alcançar. Notava como as árvores se estendiam em direção ao céu, absorvendo o sol. E ele se perguntava, mais do que tudo, por que os animais terrestres se contentavam com menos.

“Por que devemos comer a mesma grama seca quando há folhas mais verdes lá em cima?” Ndemi frequentemente perguntava à sua mãe.

Ela o aconchegava com um suspiro suave. “Porque, meu filho, é assim que as coisas são.”

Mas Ndemi não se satisfazia com essa resposta.

A Grande Seca

Uma savana africana seca e fissurada durante uma seca, com animais enfraquecidos lutando pela sobrevivência e Ndemi olhando para as árvores.
A severa seca aperta o cinto da savana, deixando os animais fracos e desesperados. Ndemi observa as árvores, ansiando por alimento que está fora de seu alcance.

Então, um ano, o céu os traiu.

A estação das chuvas chegou e passou sem sequer uma gota cair dos céus. Os rios que antes corriam profundos agora estavam rachados e secos. A grama murchiu, tornando-se quebradiça e sem sabor. Os animais que antes vagavam livremente agora caminhavam com passos pesados, suas costelas visíveis através da pele.

Os leões ficaram mais famintos, suas caçadas tornaram-se implacáveis. Os elefantes partiram em busca de poços de água distantes. Os animais menores cavaram profundamente na terra, na esperança de escapar do calor insuportável.

Para as girafas, a vida era ainda mais cruel. Os arbustos baixos, que antes eram sua principal fonte de alimento, agora estavam desfalecidos. As árvores, eretas e orgulhosas, ainda mantinham suas folhas — mas nenhuma girafa era alta o suficiente para alcançá-las.

Ndemi sentia uma fome diferente de tudo que já conhecera. Seu estômago roía a si mesmo, desesperado por comida.

“Isso não é justo,” murmurou para si mesmo uma noite, observando as árvores balançarem de maneira provocante ao vento. “Se eu pudesse apenas alcançar essas folhas, nunca mais passaria fome.”

E assim, quando os outros se deitavam fracos e exaustos sob o sol que morria, Ndemi tomou uma decisão. Ele encontraria uma maneira de crescer mais alto, não importando o que fosse necessário.

A Jornada ao Espírito do Baobá

Os anciãos falavam de um espírito antigo, mais velho que a própria terra, que vivia nas raízes da árvore de baobá mais antiga. Diziam que aqueles que buscavam sabedoria podiam pedir sua orientação, mas somente se estivessem dispostos a enfrentar uma grande provação.

Ndemi não tinha outra escolha.

Ele deixou seu rebanho ao amanhecer, suas pernas fracas mas seu coração forte. A jornada foi longa e castigante. Ele caminhou por leitos de rios secos, onde crocodilos repousavam imóveis como estátuas, sua fome rivalizando com a sua. Passou por formigueiros que se erguiam como castelos esquecidos e pisou com cuidado ao redor dos leões adormecidos, suas costelas subindo e descendo a cada respiração rasa.

Por três dias e três noites, ele caminhou.

Finalmente, chegou ao grande baobá, cujas raízes se estendiam profundamente na terra e seus galhos se retorciam em direção ao céu.

Ndemi abaixou a cabeça. “Grande Espírito do Baobá, ouça meu pedido. A terra é cruel, e os mais fortes sobrevivem. Não desejo ser fraco. Quero ser mais alto, para que eu possa alcançar as folhas que nenhum outro consegue.”

Uma voz profunda, antiga e pesada como o próprio tempo, roncou do coração da árvore.

“Ndemi, por que você procura mudar o que você é?”

A jovem girafa ergueu a cabeça. “Porque o mundo está mudando. E aqueles que não mudam com ele ficarão para trás.”

O espírito do baobá permaneceu em silêncio por um longo momento. Então, ele falou.

“Se você deseja crescer, deve provar sua paciência e sua vontade. Estenda-se todos os dias. Alcançe além do que é fácil. Coma apenas o que está logo além do seu alcance. E com o tempo, você se elevará.”

A Prova do Crescimento

Uma antiga árvore de baobá ao crepúsculo, com Ndemi, a girafa, se curvando diante dela, em busca de sabedoria do Espírito do Baobá.
Sob a luz que se apaga do crepúsculo, Ndemi se inclina diante do grande baobá, na esperança de obter sabedoria do espírito que habita nele.

Ndemi retornou ao seu rebanho, mas já não era o mesmo.

Enquanto os outros se curvavam para pastar, ele ficava na ponta dos pés, estendendo seu pescoço em direção às folhas mais altas que mal conseguia alcançar. Seus músculos ardia. Seu corpo doía. Mas ele não desistiu.

As outras girafas riam.

“Ndemi, por que você sofre?” zombavam. “Coma a grama como nós.”

Mas ele as ignorou. Dia após dia, ele se esticava. Suas pernas ficaram mais fortes. Seu pescoço alcançava mais longe.

Então, uma manhã, ele acordou e encontrou o mundo diferente.

Seus amigos, sua família — todos pareciam menores. Ele correu até a beira da água e ofegou diante de seu reflexo.

Seu pescoço havia crescido.

Não muito, mas era real. As palavras do espírito haviam sido verdadeiras.

A Transformação

Determinado, Ndemi continuou seus alongamentos. Dias se transformaram em semanas. Semanas em meses.

As outras girafas, vendo seu sucesso, começaram a seguir seu exemplo. Uma a uma, elas alcançaram mais alto, se estenderam mais longe, até que também começaram a mudar.

E então, após muitas luas, as chuvas retornaram.

Os rios se encheram. A terra voltou a ficar verde. Mas as girafas já haviam mudado. Não estavam mais presas aos arbustos baixos. Podiam alcançar o que nenhum outro podia. Tornaram-se algo novo — algo maior.

A Lição da Girafa

Ndemi, a girafa, estica seu pescoço para alcançar as folhas mais baixas de uma árvore de acácia, enquanto outras girafas observam com curiosidade.
Com determinação nos olhos, Ndemi se estica o máximo que pode, dando seus primeiros passos em direção à transformação enquanto os outros observam.

Os outros animais, antes céticos, agora olhavam para as girafas com respeito.

Até os leões, poderosos caçadores das planícies, reconheciam sua força.

O sábio elefante Banzou, que antes duvidava de Ndemi, assentiu em aprovação. “Você estava certo, jovem. O mundo realmente muda. E aqueles que se elevam para encontrá-lo sempre encontrarão um caminho.”

Ndemi, com a cabeça erguida nas copas das árvores, sorriu.

Ele não apenas sobreviveu.

Ele prosperou.

Epílogo: As Árvores Sussurrantes

Uma majestosa Ndemi adulta se ergue imponente na savana, alcançando os altos galhos, enquanto outras girafas pastam nas proximidades.
Agora, erguendo-se majestoso sobre as planícies, Ndemi se tornou o mais alto de todos. Sua perseverança mudou para sempre o destino de sua espécie.

Ainda hoje, quando o vento passa pelas árvores do Senegal, os baobás sussurram a lenda de Ndemi.

E se você se posicionar sob as árvores de acácia ao entardecer, ouvindo as folhas farfalharem, pode ouvir os ecos de seu primeiro alongamento — o som de uma criatura alcançando além do que lhe foi dado, moldando seu próprio destino.

E assim, a girafa permanece a mais alta de todas, não porque nasceu assim, mas porque um de seus semelhantes ousou sonhar mais alto.

Fim.

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