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Sobre a História: O Pescador e o Djinn é um Folktale de senegal ambientado no Ancient. Este conto Dramatic explora temas de Wisdom e é adequado para All Ages. Oferece Moral perspectivas. O astuto acordo de um pescador com um Djinn resulta em fortuna, medo e um teste final de sabedoria.
O sol nasceu sobre o Atlântico, pintando as ondas com tons de fogo e ouro. Ao longo da costa senegalesa, onde o oceano cantava sua canção eterna, vivia um pescador chamado Malik.
Malik era um homem do mar, ligado a ele tão seguramente quanto as marés estão à lua. Todas as manhãs, antes que a primeira luz tocasse a água, ele partia em sua piroga de madeira, lançando suas redes com orações nos lábios. A pesca era a profissão de seu pai e de seu avô antes dele. Era uma vida de paciência e luta, de dias em que o mar era generoso e dias em que era cruel.
Mas o mar não tinha sido gentil ultimamente. Os peixes eram escassos e suas redes retornavam vazias. Sua esposa, Awa, tentava esconder a preocupação, mas Malik via como ela media sua comida, estendendo-a para o bem de seus filhos. O fardo pesava sobre seus ombros.
Então, quando ele remou naquela manhã fatídica, o fez com um sussurro ao vento: *Por favor, que hoje seja diferente.*
A manhã avançava, o sol subindo mais alto enquanto Malik trabalhava incansavelmente. Ele lançava sua rede, puxava de volta, lançava novamente. O peso da decepção pressionava contra suas costelas. Então—de repente—sua rede enroscou em algo pesado. Seu coração pulou. Um grande peixe? Um amontoado de tesouros das profundezas? Com braços trêmulos, ele puxou. Mas o que encontrou não foi um peixe. Era uma garrafa. Verde escura, coberta de intrincadas gravações de cobre, brilhava com um brilho estranho e antinatural. Malik a virou, escovando a algas que permaneciam coladas. Parecia velha—mais velha do que qualquer coisa que ele já tinha visto. Um arrepio percorreu sua espinha. Ele tinha ouvido histórias de espíritos e maldições, de coisas melhor não serem perturbadas. Mas a curiosidade venceu o medo. Com uma torção firme, ele abriu a tampa. O ar ao seu redor mudou. Um rosnado profundo e retumbante encheu o espaço entre o céu e o mar. Fumaça, densa e negra, jorrou da garrafa, torcendo-se como uma coisa viva. Malik tropeçou para trás, quase fazendo seu barco virar enquanto a fumaça se expandia, tomando forma. Uma figura emergiu da escuridão — um Djinn, imponente e terrível, seus olhos brilhando como brasas. Sua voz, quando falou, foi trovejante. “Você me libertou, mortal,” ele trovejou, suas palavras carregadas de ameaça. “E por isso, concederei um único desejo... antes de acabar com sua vida.” O estômago de Malik virou pedra. “Por que você me mataria,” perguntou cuidadosamente, “quando sou eu quem te libertou?” O Djinn soltou uma risada amarga. “Porque estive preso por mil anos. No começo, jurei recompensar meu salvador. Mas conforme os séculos passaram, minha gratidão azedou em ódio. Agora, só prometo a morte.” A mente de Malik acelerou. Ele não tinha arma, nem esperança de lutar contra tal ser. Mas ele tinha seu engenho. “Se você é tão poderoso,” disse ele, “então prove. Mostre-me que você pode voltar para a garrafa.” Os olhos do Djinn estreitaram. “Você duvida de mim, humano?” Malik deu de ombros. “Eu só acredito no que vejo.” O Djinn zombou. “Você é um tolo.” Então, sem hesitar, ele começou a encolher, sua forma maciça dissolvendo-se novamente em fumaça, voltando para dentro da garrafa. No momento em que o último fio desapareceu, Malik bateu a tampa com força e a selou bem. Um uivo furioso irrompeu de dentro. “Você me enganou, pescador!” Malik enxugou o suor da testa. “E você ia me matar.” Malik segurava a garrafa firmemente, seu coração ainda batendo forte. O Djinn agitou-se dentro, sacudindo o vaso com fúria. “Me deixe sair, mortal!” “Não até fazermos um acordo,” disse Malik. “Um acordo verdadeiro.” Houve silêncio. Então, a voz do Djinn tornou-se sedosa. “O que você deseja?” Malik pensou. Ele poderia pedir riquezas, mas ouro não significava nada se ele não pudesse alimentar sua família. Poderia pedir um palácio, mas o que era uma grande casa sem os meios para sustentá-la? Não, ele precisava de algo muito maior. “Eu desejo conhecimento,” disse ele. “O conhecimento para ser o maior pescador de todo Senegal.” Uma pausa. Então, uma risada baixa e retumbante. “Muito bem,” disse o Djinn. “Mas a sabedoria tem um preço.” Malik hesitou. “Jure sobre os espíritos do mar que manterá a sua palavra.” O Djinn rosnou, mas ele não tinha escolha. “Eu juro.” Malik deslacrou lentamente a garrafa. Fumaça jorrou mais uma vez, e o Djinn esticou os braços, sorrindo com desdém. “Ouça bem, mortal,” disse ele. “Eu lhe ensinarei os segredos do oceano. Mas cuidado—quanto mais profundo o conhecimento, mais sombrias serão as sombras que ele projeta.” Naquela noite, sob o olhar atento da lua, o Djinn sussurrou a linguagem das ondas nos ouvidos de Malik. Ele falou das marés, dos ventos, dos caminhos invisíveis dos peixes. Malik ouviu, absorvendo cada palavra. Ao amanhecer, ele não era mais apenas um pescador. Ele era algo mais. Na manhã seguinte, Malik lançou sua rede com uma compreensão recém-adquirida. Ele sentia o pulso do oceano, o puxão das correntes. Quando puxou, a rede estava transbordando. Dia após dia, sua fortuna cresceu. Suas redes nunca voltavam vazias. Ele vendia peixes em tal abundância que logo sua família era a mais rica da vila. Mas o sucesso cria inveja. Os sussurros começaram pequenos. “Como é que ele pesca tanto?” “Nenhum homem é tão sortudo.” Então, os rumores escureceram. “Ele se associa a espíritos.” “Ele fez um pacto com demônios.” Uma noite, enquanto Malik estava na beira, o Djinn apareceu ao seu lado. “A vila te teme,” disse o Djinn. “Os homens não confiam no que não podem entender.” Malik franziu a testa. “Eu só desejei conhecimento. Não pedi pelo medo deles.” Antes que o Djinn pudesse responder, vozes soaram. “Aí está ele!” Malik se virou. Um grupo de pescadores correu em sua direção, seus rostos torcidos de raiva. “Você amaldiçoou o mar!” um deles gritou. “Você roubou nossa fortuna para si!” O pânico subiu por Malik. “Isso não é verdade—” “Mentiros!” Mãos fortes o agarraram, amarrando seus pulsos. “Vamos levá-lo ao ancião,” disse alguém. “Que a justiça seja feita.” A vila se reuniu ao amanhecer. Malik ficou diante do ancião, seu destino pendendo no equilíbrio. “Se você é verdadeiramente abençoado pelos espíritos,” disse o ancião, “então prove. Chame o mar.” Malik respirou fundo. Ele fechou os olhos, escutando—não apenas a água, mas a sabedoria que o Djinn lhe dera. Então, ele lançou sua rede. O mar respondeu. Peixes saltaram para dentro da rede, mais do que qualquer um já tinha visto. A vila ofegou. O ancião acenou com a cabeça. “Ele não é um bruxo. Ele é abençoado.” Os pescadores invejosos baixaram as cabeças envergonhados. Malik havia provado seu valor. Naquela noite, o Djinn apareceu uma última vez. “Você pagou o preço pelo seu conhecimento,” disse ele. Malik encontrou seu olhar. “E eu aprendi mais do que você jamais pretendia.” O Djinn riu. “Talvez sim.” Então, com o sussurro do vento, ele se foi. Malik continuou vivendo como o maior pescador do Senegal. E até hoje, quando as ondas batem na costa, os moradores da vila sussurram seu nome, esperando que o mar lhes conceda a mesma fortuna.A Garrafa na Rede
O Trato do Trapaceiro
O Presente do Djinn
As Sombras da Ganância
O Julgamento Final
Uma Dívida Quitada
Fim.