La Yurona: O Lamento que Ecoa pelo Rio Grande

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La Yurona: O Lamento que Ecoa pelo Rio Grande
Locals swear La Yurona’s tear-choked lament drifts over the Rio Grande on sultry Texas nights.

Sobre a História: La Yurona: O Lamento que Ecoa pelo Rio Grande é um Histórias de Lendas de united-states ambientado no Histórias Contemporâneas. Este conto Histórias Descritivas explora temas de Histórias de Perda e é adequado para Histórias para Adultos. Oferece Histórias Culturais perspectivas. Um repórter investiga o espectro da cidade fronteiriça que afoga os inocentes e caça os homens infiéis.

Introdução

Camila Ortega sentiu o primeiro presságio quando redemoinhos de poeira varreram a Rodovia 281 como fantasmas assustados, rodopiando grãos que tinham gosto de cobre na língua. Ela estava a oito horas — e uma vida inteira — de distância do horizonte envidraçado de Houston, deslizando pelas terras fronteiriças onde cigarras roncavam mais alto que sinos de igreja e o aroma de creosoto aquecido pelo sol impregnava cada respiração. O ar-condicionado do Jeep alugado zumbia, exalando o leve cheiro de vinil rachado e café rançoso misturado ao tapete do chão — um fantasma de lanchonete rodoviária duas regiões atrás. À frente, Arroyo Oscuro reluzia no calor do deserto, um conjunto de telhados de zinco e paredes de calcário encostado ao prateado sinuoso do Rio Grande. Camila jurara que jamais voltaria para casa, mas uma série de desaparecimentos — duas crianças sumidas numa festa de quinze anos à beira do rio, um vaqueiro encontrado com marcas de unhas e lábios arroxeados — a arrastava para o sul como um bagre fisgado. Nas rodas de conversa, o nome de La Yurona passava de boca em boca junto a goles de água fresca de hibisco, afirmando que a mulher chorosa rondava de novo, olhos ocos e faminta. Camila apertou o volante, artelhos pálidos como porcelana, e lembrou da voz da avó: “Fica longe da água depois do pôr do sol, minha filha; o rio guarda recados.” Um carrapicho bateu no para-choque, desmanchando-se como jornal velho, e trovejou além da Sierra Vieja, trazendo o cheiro cortante de ozônio de uma tempestade se formando. Ela alcançou seu gravador surrado — um clique, um zumbido, o tique reconfortante da fita magnética — e seguiu em frente, sem saber que, ao amanhecer, o rio trocaria mais um segredo por um grito e deixaria sua história encharcada em água fria de cova.

Sussurros sob o Mesquite

Na manhã seguinte, o dia ruiu como um pêssego maduro demais, derramando luz alaranjada pela única rua principal de Arroyo Oscuro. Camila saiu do motel — um retângulo baixo de blocos de concreto que cheirava a água sanitária e mofo — e entrou num ar já espesso o suficiente para beber. O suor se juntou no cotovelo antes mesmo de ela alcançar o cascalho do estacionamento. Ao longe, um trem de carga gemia, o apito soando como dobradiça enferrujada no céu, e o cheiro de diesel misturava-se às flores de huisache em flor, fazendo suas narinas formigarem.

El Gallo Rojo café ficava sob uma marquise de chapa ondulada pintada da cor do vinho seco sangre de toro. Ventiladores de teto giravam em círculos preguiçosos, cortando o aroma de canela, piloncillo e massa frita em camadas acolhedoras. Delfina Salazar, com tranças negras como asas de gralha e uma medalha de São Bento dourada, deslizou uma caneca de barro sobre a Formica marcada. “Dizem por aí que você vai cutucar o ninho do diabo”, murmurou, o vapor dos lábios enrolando-se em torno das palavras. As paredes do café — tinta menta rachada como leito de lagoa no deserto — vibravam com conversas baixas: fazendeiros trocando alfinetadas, dois agentes da Patrulha de Fronteira tomando café mais escuro que pecado à meia-noite.

Barco de pesca abandonado balançando ao amanhecer no Rio Grande
Um pequeno barco vazio à deriva perto do Arroyo Oscuro alimenta os temores de que La Yurona esteja à caça novamente.

Camila virou o caderno em uma página nova que cheirava a toner e aparas de cedro. Delfina começou falando de Arturo Velázquez, o mecânico cujo riso já sacudia as paredes como trovão num silo. Arturo desapareceu durante uma pescaria de bagres à meia-noite, e o barco foi encontrado à deriva com apenas um pedaço de tabaco mastigado pela metade e um filete de sangue tão fino que lembrava vinho derramado. “O rio gostava muito dele”, sussurrou Delfina, olhos refletindo o brilho fluorescente. Um vaqueiro idoso completou: dois primos adolescentes, Mateo e Ignacio, fugiram da missa de domingo para nadar sob a lua cheia; depois, os cães de busca se recusaram a se aproximar da margem lamacenta, rabo entre as pernas e choramingando. O gravador de Camila captou cada sílaba, a fita desenrolando-se com um leve chiado de plástico contra plástico.

No meio da entrevista, a porta da cozinha bateu sozinha — madeira encontrando batente com um baque surdo, lembrando um crânio de boi contra a cerca. O óleo quente chiou mais alto, carregando o ardido das sementes de pimenta queimadas. Delfina fez o sinal da cruz. “Quando La Yurona está por perto, as portas falam”, disse ela, voz trincada. Um fazendeiro na mesa do canto cuspiu fumo num copo de isopor e resmungou: “Um pedaço do inferno vai congelar antes que eu ponha os pés junto ao rio de novo. Ela te arrasta mais rápido que conta de bar no dia de pagamento, entendeu?” O bordão esvoaçou na sala úmida feito mariposa.

Fora, uma viatura do xerife coberta de poeira roncava sem sair do lugar. O delegado Raúl Cerda baixou as botas no cascalho e aproximou-se, uniforme cheirando levemente a óleo de arma e mentol. Ele aceitou dar depoimento apenas se Camila desligasse a câmera. Três corpos sumidos neste trimestre; todos achados barcos vazios, assentos arranhados como por unhas desesperadas. Ele bateu na aba do chapéu — sal de suor no contorno — e murmurou: “Há trilhas que não valem a pena, senhorita.” Camila anotou seu tremor; o medo ali era denso como seiva de mesquite.

Até o meio-dia, o café esvaziou. O calor atingiu o ápice e as cigarras urraram até cada viga de madeira vibrar. As anotações de Camila cheiravam a tinta e gordura de tortilla. Ela saiu para a luz do sol tão intensa que achatava o mundo como foto esquecida na caixa de luvas. Acima, urubus desenhavam oitos preguiçosos, sombras deslizando pelo asfalto rachado como pensamentos sombrios. Ela percebeu que cada desaparecimento seguia o mesmo relógio: entre 23h e 3h, quando a canção do rio ficava sedutora. Em algum ponto desse intervalo, a dor de La Yurona metamorfoseava-se em fome.

Uma rajada trouxe o cheiro de lama do rio pela Rua Principal, úmida e ferroada, como se o Rio Grande tivesse exalado. O aroma permaneceu no cabelo de Camila enquanto ela dirigia até o escritório do xerife, paredes de adobe suando sob o calor. Lá dentro, fluorescentes piscavam. Quadros de provas exibiam Polaroids: sandálias infantis meio enterradas, a marca de uma bota terminando na margem, ondulações congeladas pelo flash. Camila tocou numa foto com o polegar e sentiu, sob o brilho, um tremor suave — como um coração preso no celuloide.

Mais tarde, sozinha no motel, ela ouviu a gravação do dia. Entre as falas de Delfina, um soluço tênue se entrelaçou, um som que não ouvira ao vivo — um gemido infantil flutuando sob o burburinho do café. Ela aumentou o volume; a lamentação se agudizou até arrepios marcharem pelos braços. Era o som de alguém chorando através de um abismo, uma nota esticada como arame farpado ao vento.

O relógio ao lado da cama marcava 23h08. Em algum lugar lá fora, além da unidade de ar, a noite passou a cheirar a juncos do rio e lírios em decomposição. Camila desligou o gravador, palmas úmidas, e entendeu que a fronteira entre história e perigo se estreitava, batida a batida.

Ecos de uma Velha Ferida

Relâmpagos teceram teias no horizonte oeste enquanto Camila acelerava o Jeep rumo ao Rancho de la Luna, ruína do período missionário espanhol a oito quilômetros rio acima. A estrada virou um mar de caliche esburacado; cada buraco sacudia sua espinha e lançava o cheiro de poeira encharcada de chuva na cabine. Pássaros noturnos urravam sob carvalhos, soando como dobradiças enferrujadas pedindo óleo. Quando ela finalmente desligou o motor, o silêncio a envolveu, denso e expectante, quebrado apenas pelo canto distante de um mucura.

A hacienda se erguia em ruínas, paredes de adobe meio caídas brilhando esmaecidas pelos relâmpagos. Maracujá-selvagem subia por arcos desmanchados, flores alaranjadas exalando perfume picante no ar úmido. Dentro, a luz da lua entrava por um teto desabado, acumulando-se em azulejos rachados como mercúrio derramado. O feixe da lanterna revelou uma pia batismal coberta de líquens e, acima dela, um mural meio apagado pelo tempo: uma mulher de branco nupcial erguendo duas crianças em direção a um sol partido por nuvens. A tinta descamava em espirais que cheiravam a pó de giz e a tristeza de séculos.

Murais desbotados de mãe enlutada em uma hacienda arruinada no Texas
Na hacienda em ruínas, um mural centenário sugere a trágica origem de La Yurona.

Arquivos locais — folhetos empoeirados que faziam suas narinas coçarem — contavam a história de Dona Soledad Zamora, herdeira de 1871 que se tornou pária. Traída por um fazendeiro casado cujo papo doce cheirava a uísque de saloon, Soledad supostamente cortou sua artéria com tesoura de costura e depois afogou os filhos e a si mesma no rio. As lendas discutiam se o Rio Grande acolheu ou rejeitou seu corpo; jornais do lado mexicano relatavam um cadáver trazido pela correnteza, rosto contorcido num grito que coalhava leite em celeiros vizinhos. Camila imaginou a água naquela noite: veludo negro, fria como ladrilhos de adega, engolindo reflexos de lanterna tão facilmente quanto engolia o fôlego.

Ela tocou um fragmento do mural; grãos de pó se prenderam sob as unhas, e um pulso gélido subiu pelo braço, como se a parede respirasse contra sua pele. De repente, um silêncio caiu — as cigarras calaram-se no meio do estridular, deixando a sala suspensa num vazio. Um leve cheiro de água de rosas floresceu, incongruente como perfume numa cripta. A lanterna cintilou; na penumbra intermitente, ela avistou uma figura — uma noiva encharcada, renda grudada aos ombros esqueléticos — parada onde a luz da lua encontrava a sombra. Camila recuou, a bota raspando cacos de cerâmica. Quando refez o foco, a figura havia sumido.

Com o coração batendo como um relógio de corda, ela apertou “rec” no gravador portátil. “Se você está aqui, Dona Soledad, quero contar sua história”, sussurrou, voz trêmula. A chuva começou, gotas grossas que cheiravam a lata e pólen de mesquite. Na fita, só sua respiração respondeu. Então, suave como dedo em vidro molhado: “¿Mis hijos?” A pergunta farfalhou pelas vigas. Uma rajada trouxe o cheiro de lama do rio e lírios podres, e o mural chorou uma gota solitária pela bochecha pintada da mãe.

Camila fugiu para a tempestade. Lá fora, o trovão estrondou tão perto que golpeou seus tímpanos. Ela abriu a porta do Jeep; o couro do banco parecia escorregadio, como se um corpo molhado tivesse acabado de sair. Seu reflexo no retrovisor parecia de um estranho — olhos arregalados, cabelo colado às têmporas. Ao dar ré, o sino do campanário em ruínas tocou — um badalar grave, embora o bronze tivesse caído décadas atrás. Ela acelerou, pneus lançando lama, o pulso tão alto que abafava a ranchera no rádio.

De volta ao motel, às 3h12, ela carregou o áudio. O espectrograma tremia em vermelho onde as frequências atingiam pico — lá estavam os sussurros “hijos”. Ela ouviu de novo; sob a palavra, detectou o som tênue de água cobrindo uma cabecinha pequena, seguido de soluços distantes. Exausta, olhos áridos de areia sem dormir, mas uma verdade se firmou: La Yurona não era mito — era uma ferida que jamais cicatrizava, espalhando luto por cada geração. Camila rabiscou até o amanhecer, tinta com cheiro de aço e chuva, preenchendo páginas com conexões frenéticas: primos Zamora, mecânicos desaparecidos, crianças afogadas — contas de um mesmo rosário sangrento.

Noite do Vento Lamentoso

Duas noites depois, o Rio Grande subiu quase dois metros em seis horas, inchado pela enxurrada das montanhas. O xerife Cerda fechou o acesso ao rio, mas os adolescentes de Arroyo Oscuro zombaram do aviso — afinal, a curva em El Codo era um rito de passagem. Camila estacionou num penhasco de xisto com vista para a curva, microfone parabólico conectado a baterias novas. O ar pressionava a pele, úmido como lavanderia, carregando o amargor do ozônio aquecido pelos relâmpagos acima do chaparral.

Às 21h17, as luzes traseiras de uma caminhonete serpentearam pela estrada de terra: três rapazes e uma menina rindo, rock espanhol no som e cheia de bravata. Mergulharam na água rasa, criando ondulações fosforescentes que cheiravam a algas e argila revolvida. O gravador de Camila captou seus gritos de alegria. As nuvens se acumularam acima como cavalaria; o trovão rugiu grave. O vento levantou areia grossa do rio que beliscava suas bochechas. Ela fechou o casaco, tecido cheirando a poeira e suor nervoso.

Mulher espectral em renda emergindo do Rio Grande inflamado pela tempestade
O relâmpago revela La Yurona emergindo da enchente, seu grito rasgando a noite úmida.

Às 22h03, um silêncio cortante. A garota — Isabel Rivas — boiava numa boia, cabelo liso como penas de corvo. Então veio um grito cortando a escuridão, alto e lamentoso, subindo como vapor de um arroio rachado. “¿Dónde están mis hijos?” A frase atravessou a água, entrelaçando-se nos troncos de mesquite. Os jovens congelaram, risadas murchando mais rápido que fósforo em vento de tempestade. Os níveis do microfone pulsam em vermelho.

O relâmpago iluminou o rio: no centro, uma mulher vestida de renda branca, tecido grudado ao corpo como algas num tronco flutuante. O cabelo negro-água flutuava ao redor, olhos vazios como sedimentos no fundo do rio. Ela ergueu braços esqueléticos; a água escorria, reluzindo prata. Os rapazes xingaram e correram para a margem. Isabel gritou — um som cru que rasgava o coração — e se debateu. A aparição deslizou em direção a eles com graça impossível.

Camila desceu a ladeira correndo, botas escorregando no xisto solto. Cada passo liberava cheiro de enxofre de pedra triturada. Ela gritava para que pegassem o balanço de corda, voz rouca. Um dos rapazes escorregou, joelho batendo na pedra; o grito dele se misturou ao vento uivante, indistinto. A boia de Isabel virou — splash, um suspiro abafado e depois só bolhas. Camila chegou à margem; a água fria molhava suas canelas, exalando cheiro de lírios podres e óleo diesel. Estendeu um galho ao rapaz que se debatia; seus dedos se agarraram, nós dos dedos brancos. A figura em renda pairava a poucos metros, o rosto contorcido em tristeza, lágrimas caindo mas sem diluir o rio.

“¡Basta!” gritou Camila. A cabeça do espectro inclinou-se — quase como um pássaro — e, por um instante, o pesar superou a fome naquelas órbitas negras. Camila ergueu o gravador como crucifixo. “Vou contar para todos”, prometeu, voz trêmula. “Vou fazer todo mundo lembrar seu nome.” O choro cessou. O vento parou. O rio aquietou-se como se prendesse a respiração. O vestido da aparição se abriu como peônia branca e, com um suspiro que cheirava a rosas lamacentas, ela afundou sob a superfície. A água se fechou, formando ondulações que depois se suavizaram em espelho.

Isabel reapareceu, tossindo sedimentos do rio, unhas arranhando o braço de Camila. O holofote do xerife Cerda varreu a cena, motor a diesel rugindo. Os adolescentes arrastaram-se até a margem, pele manchada, lábios tremendo num tom ardósia. Lá em cima, o trovão se afastou, soando menos como juízo e mais como artilharia distante que enfim deixa o campo de batalha. Camila desabou, jeans encharcados e grudados, coração ricocheteando no peito.

O xerife proibiu qualquer menção a fantasmas no depoimento — “Não quero ter Washington rindo da gente, entendeu?” — mas a fita de Camila tinha outros planos. De volta ao quarto, aquecedor exalando cheiro de pó queimado, ela revisou o áudio: gritos juvenis, trovão e, por baixo disso, uma canção de ninar. Versos em espanhol fluíam suaves como sedimento do rio: “dorme, criança, dorme; a mãe está aqui, a mãe está perto”. A canção terminou em soluço tão agudo que parecia cortar vidro e então — silêncio.

Camila escreveu até o amanhecer, teclas do laptop tocando como castanholas distantes. Entrelaçou fatos de arquivo, tragédias recentes e a memória incessante do rio numa narrativa pulsante de lamento salgado. Cada frase tinha gosto de metal na língua, mas ela persistiu, sabendo que algumas histórias precisam ser contadas mesmo correndo o risco de despedaçar quem as conta.

Conclusão

Quando as águas da enchente recuaram dois dias depois, deixaram caules de taboa curvados como penitentes e a margem marcada por finas pegadas descalças que paravam na linha d’água. Nenhum corpo emergiu, embora circulassem rumores de um pedaço de renda branca preso a uma raiz de salgueiro antes de se dissolver como açúcar. Camila enviou sua matéria; jornais regionais estamparam na manchete:

WEAPING WOMAN OR WATERY CURSE?

A reação se dividiu mais rápido que estaca de mesquite sob o sol de agosto. Céticos ridicularizaram a “superstição de divisa de condado”; mães enlutadas pressionaram escapulários contra a página, murmurando preces. O xerife Cerda interditou El Codo indefinidamente, mas jovens inquietos ainda desafiam as correntezas sob o sorriso pálido da lua. Camila ficou por duas semanas, tênis de corrida rangendo na areia seca do rio a cada pôr do sol. Algumas noites, um soluço tênue atravessava os juncos, misturando-se a uivos de coiote; outras vezes, só o lento batimento das águas respondia. Antes de partir, Delfina presenteou-a com um pote de especiarias para café de olla — anis, piloncillo, canela — para “espantar o frio”. O aroma a acompanhou até a I-35, lembrando que histórias, como rios, não aceitam finais perfeitos. Em Austin, ela reproduziu a canção de ninar para um engenheiro de som; ele isolou frequências subjacentes: respingos de criança, batimento cardíaco, um sussurro: “Nunca me olvides.” Nunca me esqueça. O engenheiro riu, mas Camila sentiu o peito apertar, certa como o nascer do sol de que o rio lembra cada pecado. E quando as noites úmidas invadem qualquer cidade onde ela viva, às vezes um arrepio percorre sua nuca, ouve o pranto distante num vento do sul e sabe que La Yurona ainda caminha sobre as águas, lamentando, caçando, lembrando aos vivos que amor e perda correm na mesma corrente sombria.

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