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Sobre a História: A Raposa Astuta de Herat é um Folktale de afghanistan ambientado no Medieval. Este conto Humorous explora temas de Wisdom e é adequado para All Ages. Oferece Cultural perspectivas. Uma astuta raposa engana os poderosos e os gananciosos na antiga cidade de Herat.
A antiga cidade de Herat, situada no coração ocidental do Afeganistão, há muito era um lugar de comércio, poesia e sabedoria. Mas, entre suas muitas figuras famosas, desde estudiosos até guerreiros, nenhuma era tão lendária quanto certa raposa — Zarif, a criatura mais astuta que já perambulou pela terra.
Zarif não era como as outras raposas. Enquanto seus semelhantes dependiam da velocidade e da furtividade, ele se baseava em algo muito mais valioso — sua mente. Ele conseguia falar-se para sair de qualquer problema, enganar os homens mais gananciosos e escapar das armadilhas mais elaboradas. Sua lenda se espalhou dos bulícios dos bazares às grandiosas cortes dos nobres, e até mesmo o grande Khan de Herat havia ouvido boatos sobre a raposa travessa.
Mas uma vida de truques não estava isenta de perigos. À medida que a reputação de Zarif crescia, também aumentava o número de inimigos que desejavam vê-lo capturado ou morto. No entanto, por mais que tentassem, ninguém conseguia superar a raposa de Herat.
Esta é a história de suas maiores aventuras — aquelas que consolidariam seu nome na história para sempre.
Nos arredores de Herat, onde o deserto encontrava as terras férteis, um grupo de mercadores se reuniu em um bazar ao ar livre, discutindo em vozes altas. Suas barracas transbordavam de sedas da Pérsia, especiarias da Índia e tapetes tecidos pelas mãos mais habilidosas da Ásia Central. Mas suas vozes estavam cheias de preocupação, não de comércio. “As estradas estão muito perigosas,” lamentou um mercador, jogando as mãos ao alto. “Bandidos, animais selvagens — como vamos viajar sem perder nossas mercadorias?” “Devemos contratar guardas,” sugeriu outro. Mas o mais rico deles, um homem gordo chamado Hussein, zombou. “Guardas? Isso cortaria nossos lucros. Não, precisamos de outra maneira.” Zarif, que estava deitado despercebido sob um carrinho de especiarias, balançou a cauda pensativamente. Uma ideia começou a se formar em sua mente afiada. Naquela noite, enquanto os mercadores dormiam em suas tendas, Zarif entrou sorrateiramente na caravana e sussurrou nos ouvidos dos seus burros, enchendo-os de pavor. Quando os primeiros raios da manhã tocaram o céu, as bestas fugiram aterrorizadas, fazendo com que sacos de mercadorias se espalhassem pela estrada empoeirada. Os mercadores acordaram em caos. Tâmaras, amêndoas e rolos de tecido fino estavam espalhados enquanto eles corriam para recolher suas preciosas mercadorias. Zarif, por sua vez, serviu-se de um doce pacote de figos secos, observando os homens tolos se agitar. Nem todas as criaturas achavam os truques de Zarif divertidos. Nas terras altas rochosas além de Herat, Qadir, o Lobo, uma besta maciça com olhos amarelos e cicatrizes pelo focinho, governava com uma pata de ferro. Ele havia visto a raposa humilhar homens repetidas vezes, e isso o enchia de raiva. “Chega de jogos,” rosnou Qadir para sua alcateia. “Esta noite, acabamos com a raposa.” Zarif, alheio à emboscada, descansava perto do rio, lavando as patas na água fria. De repente, o ar tornou-se tenso. Sombras se moviam entre os juncos. Ele virou a cabeça — tarde demais. Uma dúzia de lobos se aproximou, com as presas à mostra. “Você fez truques demais, pequena raposa,” zomba Qadir. “Hora de ver se sua astúcia pode te salvar agora.” Zarif inclinou a cabeça, seus olhos âmbar brilhando. “Ó poderoso Qadir, nunca ousaria desafiar sua força,” disse humildemente. “Mas antes de encontrar meu fim, posso oferecer um presente de despedida?” Os lobos hesitaram. “Que presente?” perguntou Qadir desconfiadamente. Zarif lambeu os lábios, fingindo estar nervoso. “O celeiro do Khan está desprotegido esta noite, cheio de trigo e carne salgada. Se me pouparem, mostrarei o caminho.” Os lobos, famintos e gananciosos, trocaram olhares. “Muito bem,” resmungou Qadir. “Mas se você mentir, eu mesmo quebrarei seus ossos.” Com um entusiasmo exagerado, Zarif os conduziu em direção ao celeiro. Mas, em vez de um depósito desprotegido, ele os levou diretamente para uma armadilha — redes e soldados escondidos os aguardavam. Enquanto os lobos uivavam em traição, Zarif empoleirou-se no topo de uma rocha, sorrindo. “A astúcia de uma raposa é mais afiada que as presas de um lobo,” murmurou antes de desaparecer na noite. A lenda de Zarif se espalhou por todo o lado, mas nem todos o admiravam. O Khan de Herat, um homem orgulhoso e poderoso, havia se cansado de ouvir como uma simples raposa havia superado suas guardas, mercadores e até mesmo os temidos lobos das montanhas. “ Esta raposa zomba de mim,” rosnou o Khan. “Tragam-na para mim. Morta ou viva.” A tarefa caiu sobre Farid, o caçador-chefe do Khan, um homem com um coração tão frio quanto a noite do deserto. Ele armou armadilhas por todo o vale, isentando-as com o cheiro de carne fresca. Em uma manhã fatídica, Zarif, sem suspeitar, entrou em uma dessas armadilhas. As mandíbulas de aço se fecharam sobre sua pata. Ele gritou de dor. A próxima coisa que ele soube, estava sendo arrastado pela cidade, amarrado com cordas. Uma multidão se reuniu, sussurrando em admiração. A raposa que havia enganado toda Herat finalmente havia sido capturada. No palácio, o Khan sentava-se em seu trono dourado, acariciando a barba. “Então, você é a raposa astuta,” refletiu. “Agora não estás tão astuto, não é?” Zarif, apesar da dor, sorriu. “Sua Majestade, aceito meu destino. Mas antes de encontrar meu fim, posso lhe oferecer algo?” O Khan inclinou-se para frente. “O quê?” “Um tesouro,” disse Zarif. “Um grande segredo enterrado nas montanhas — um que somente eu conheço.” A ganância do Khan se inflamou. “Onde?” “As ruínas junto ao rio,” disse Zarif. “Debaixo da maior árvore.” O Khan, impaciente, ordenou que seus homens levassem Zarif até lá. Mas quando chegaram, Zarif viu sua chance. Enquanto os soldados cavavam, ele mordeu as cordas, correu até o cavalo do Khan e desapareceu na selva antes que alguém pudesse reagir. O Khan, humilhado, rugiu de raiva. “Encontrem essa raposa!” Mas nunca a encontraram. Anos se passaram, e Zarif tornou-se uma lenda. Alguns afirmavam que ele havia se tornado um espírito, sempre observando os viajantes. Outros acreditavam que ainda vagava pelos mercados de Herat, enganando os gananciosos e ajudando os pobres. Uma coisa era certa: sempre que um truque astuto era realizado, as pessoas sorriam e diziam, E assim, sua lenda continuou viva, sussurrada nos ventos do Afeganistão, um conto de astúcia, sabedoria e o triunfo da inteligência sobre a força bruta.Uma Raposa entre os Mercadores
O Desafio do Lobo
A Ira do Khan
Uma Lenda para Sempre
“Ah, deve ser obra de Zarif, a raposa astuta de Herat.”
Fim.