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Sobre a História: A Lenda do Kappa é um Folktale de japan ambientado no Ancient. Este conto Descriptive explora temas de Courage e é adequado para All Ages. Oferece Moral perspectivas. Um jovem enfrenta o lendário Kappa para proteger sua aldeia nesta história de astúcia e coragem.
Em uma pequena aldeia aninhada nas colinas enevoadas do antigo Japão, as pessoas viviam uma vida pacífica, cuidando de seus campos de arroz e pescando nos rios. Os aldeões eram unidos, ligados por suas tradições e pelo mundo natural que os cercava. Mas dentro do ritmo tranquilo da vida diária, existia uma lenda sombria—uma que falava de criaturas misteriosas espreitando nos rios e lagoas, esperando para arrastar os incautos para um túmulo aquático. Essas criaturas eram conhecidas como Kappa, seres com a forma de uma criança, o rosto de uma tartaruga e uma tigela de água no topo de suas cabeças que lhes dava força.
Os aldeões sabiam que deviam manter-se afastados da margem da água ao anoitecer, pois dizia-se que os Kappa saíam para pregar peças travessas, às vezes puxando pessoas para a água, nunca mais retornando. A história dos Kappa era passada de geração em geração, seu aviso ominoso gravado nos corações do povo. Mas nem todos acreditavam. Alguns a descartavam como mero folclore, um conto destinado a espantar crianças das perigosas correntes. Um jovem, em particular, pensava que as histórias não passavam de contos de avós—até o dia em que descobriu a verdade da maneira mais aterrorizante.
Kenta era um jovem audacioso e curioso, ansioso para explorar o mundo além de sua pequena aldeia. Era bem conhecido entre os aldeões por seu espírito aventureiro e seu ceticismo em relação às velhas superstições. Enquanto outros seguiam os avisos sobre os Kappa, Kenta zombava das histórias. "Contos de fantasmas," ele dizia, balançando a cabeça com um sorriso irônico. "Os antigos temem o que não entendem. Não há Kappa no rio." Foi em uma noite quente de verão que Kenta decidiu provar de uma vez por todas que os Kappa não passavam de um mito. A aldeia acabara de celebrar o festival de Tanabata, e o céu estava repleto de estrelas enquanto ele se dirigia ao rio. Vaga-lumes dançavam no ar úmido, e os suaves sons da natureza o rodeavam. Kenta podia ouvir o suave burburinho da água ao se aproximar da margem do rio, seu coração batendo com excitação em vez de medo. Ele estava prestes a mostrar a todos que os Kappa não eram mais reais do que os monstros nas histórias de dormir das crianças. Ele se agachou à beira da água, espreitando na superfície escura e imóvel. Seu reflexo o encarava, e por um momento, ele sentiu um estranho desconforto, como se algo o observasse debaixo d'água. De repente, a água ondulou. Kenta inclinou-se para frente, sua curiosidade aguçada. Ele pensou que poderia ter sido um peixe ou talvez um sapo perturbado por sua presença. Mas então ele viu—uma figura sombria movendo-se sob a superfície. Sua respiração ficou presa na garganta enquanto a figura emergia da água, lenta e deliberadamente, revelando-se na pálida luz do luar. Era um Kappa. A pele da criatura era verde e viscosa, com mãos e pés palmados. Seu rosto era uma mistura grotesca de humano e tartaruga, com dentes afiados brilhando sob a luz da lua. No topo de sua cabeça havia uma depressão em forma de tigela cheia de água. A visão do Kappa enviou um calafrio pela espinha de Kenta e, pela primeira vez, ele sentiu o aperto gelado do medo. Mas o Kappa não atacou. Em vez disso, ficou ali, observando-o com uma expressão curiosa, como se também estivesse avaliando o jovem à sua frente. A mente de Kenta corria—ele nunca havia acreditado verdadeiramente nos Kappa, e ainda assim, ali estava, diante dele. Ele tinha ouvido as histórias de como eles desafiavam os humanos para jogos de habilidade, frequentemente usando truques astutos para vencer e levar suas vítimas para as profundezas do rio. Kenta decidiu testar sua sorte. "Você deseja me desafiar?" Kenta perguntou, tentando manter a voz firme. O Kappa inclinou a cabeça, a água em sua tigela balançando suavemente. Sem dizer uma palavra, ele alcançou a água e puxou uma pequena pedra, segurando-a para Kenta ver. A criatura então fingiu lançar a pedra no ar, seus dedos longos pegando-a habilidosamente toda vez com facilidade. Kenta entendeu—era um jogo de destreza, no qual o Kappa claramente se destacava. Mas ele teve uma ideia. Lembrou-se das velhas histórias de que os Kappa, apesar de sua esperteza, eram ligados à honra. Se a água na tigela de sua cabeça se derramasse, eles seriam desprovidos de poder até que pudessem reabastecê-la. Kenta precisava usar a honra da criatura a seu favor. "Eu aceito seu desafio," Kenta disse, recuando da margem do rio e entrando em uma clareira onde eles poderiam jogar. O jogo começou, com o Kappa habilidosamente lançando a pedra ao ar, pegando-a perfeitamente a cada vez. Quando chegou a vez de Kenta, ele deliberadamente cometeu um erro, permitindo que a pedra caísse no chão. O Kappa sorriu, seus dentes afiados brilhando à luz da lua, confiante em sua vitória. Mas Kenta tinha um último truque na manga. Quando era a vez do Kappa novamente, ele se curvou profundamente, como para mostrar respeito. O Kappa, ligado pelo seu senso de honra, instintivamente retornou a reverência. Ao fazer isso, a água na tigela de sua cabeça se derramou no chão, e a criatura congelou, sua força drenada. Aproveitando a oportunidade, Kenta rapidamente agarrou a pedra e a jogou no rio, para além do alcance. O Kappa, enfraquecido e incapaz de persegui-lo, assistiu impotente enquanto Kenta fugia de volta para a aldeia. Quando Kenta retornou à aldeia, estava sem fôlego e pálido, seu encontro com o Kappa ainda fresco em sua mente. Ele invadiu a pequena estalagem onde os aldeões frequentemente se reuniam, seus olhos arregalados e energia frenética chamando atenção imediata. "Eu o vi!" ele ofegou. "O Kappa! É real!" Os aldeões, que há muito tempo descartavam as maneiras ousadas e o ceticismo de Kenta, agora o encaravam chocados. Seu medo era genuíno, e suas palavras ressoaram com aqueles que sempre acreditaram nas velhas lendas. "Ele te atacou?" um homem idoso perguntou, sua voz tremendo. Kenta balançou a cabeça. "Não, mas ele me desafiou para um jogo. Eu o superei, mas ele ainda está por aí. Precisamos ter cuidado." A anciã da aldeia, uma mulher sábia e respeitada, aproximou-se, seu rosto grave. "Os Kappa não são criaturas para ser levadas levianamente," disse ela. "Eles podem ser travessos, mas também são perigosos. Se se sentirem insultados ou ameaçados, podem retornar para se vingar." Os aldeões sussurraram entre si, o medo infiltrando-se em suas vozes. Os Kappa sempre haviam sido uma figura sombria em suas vidas, algo a ser temido, mas nunca visto. Agora que um havia aparecido, o perigo parecia muito real. A anciã levantou a mão para silenciar a todos. "Devemos fazer uma oferta aos Kappa para apaziguá-los," disse ela. "Se não fizermos isso, podem trazer infortúnio para nossa aldeia." Os aldeões concordaram rapidamente, reunindo-se para preparar uma oferta. Trouxeram frutas, legumes e peixes—alimentos que dizia-se que os Kappa apreciavam—e os colocaram em uma grande cesta à beira do rio. À medida que a noite caía, deixaram a oferenda e se retiraram para suas casas, esperando que os Kappa ficassem satisfeitos e os deixassem em paz. Passaram-se vários dias sem incidentes, e os aldeões começaram a relaxar, acreditando que sua oferta havia funcionado. Mas Kenta permaneceu apreensivo, assombrado pelo encontro com a criatura. Frequentemente, encontrava-se olhando para o rio, se perguntando se o Kappa voltaria. E uma noite, ele voltou. Kenta havia ido sozinho à margem do rio, sua curiosidade tomando conta dele mais uma vez. Enquanto estava à beira da água, uma ondulação familiar apareceu na superfície. O Kappa emergiu, seus olhos fixando-se em Kenta com um brilho malévolo. Desta vez, não havia desafio brincalhão—apenas uma raiva fria e calculada. O Kappa moveu-se em sua direção com uma velocidade assustadora, suas mãos palmadas estendendo-se. Kenta mal teve tempo de reagir, tropeçando para trás enquanto a criatura investia sobre ele. Ele percebeu com uma sensação de afundamento que isso não era um jogo; o Kappa havia vindo para se vingar. Em uma tentativa desesperada de escapar, Kenta correu em direção à aldeia, mas o Kappa era rápido, seus longos membros impulsionando-o pelo chão com uma agilidade alarmante. Kenta podia ouvir os grogós guturais da criatura atrás dele, ficando mais altos à medida que fechava a distância. Justo quando o Kappa estava prestes a agarrá-lo, Kenta lembrou-se de algo que sua avó lhe havia dito quando criança: os Kappa eram obcecados com boas maneiras e polidez. Sem outras opções, Kenta se virou e se curvou profundamente para a criatura, seu coração batendo forte no peito. Para seu alívio, o Kappa parou no lugar, compelido por sua natureza a retribuir a reverência. Ao fazê-lo, a água em sua cabeça derramou-se novamente no chão. A criatura soltou um sibilo frustrado, momentaneamente enfraquecida. Kenta não esperou o Kappa se recuperar. Ele correu de volta para a aldeia, gritando por ajuda. Os aldeões, ouvindo seus gritos, correram em seu auxílio com tochas e armas, prontos para defender suas casas. Mas quando chegaram à margem do rio, o Kappa já havia desaparecido, retirando-se para a segurança da água. Apesar da retirada do Kappa, os aldeões sabiam que não demoraria muito para que ele retornasse. Eles precisavam de uma maneira de se proteger de uma vez por todas. A anciã da aldeia, após consultar textos antigos e recordar a sabedoria de seus ancestrais, elaborou um plano. O Kappa, explicou ela, poderia ser enganado uma última vez—se fossem inteligentes. "Devemos atraí-lo," disse ela, "e então usar sua própria natureza contra ele." Naquela noite, os aldeões prepararam-se para o confronto final. Construíram uma grande plataforma à beira do rio, colocando um espelho no centro. O plano era simples: quando o Kappa emergisse, ele seria distraído por seu próprio reflexo, dando-lhes a chance de derramar a água de sua cabeça uma última vez. À medida que a escuridão caía, os aldeões se esconderam nas árvores, esperando em silêncio tenso. O rio permaneceu calmo por horas que pareceram intermináveis. Quando começaram a perder a esperança, a água ondulou, e o Kappa apareceu. A criatura rastejou sobre a plataforma, seus olhos imediatamente fixando-se no espelho. Ficou hipnotizado por seu reflexo. Os aldeões, liderados por Kenta, aproximaram-se furtivamente, prontos para atacar. Mas antes que pudessem agir, o Kappa se virou, sentindo sua presença. Com um rugido furioso, a criatura investiu sobre eles, suas garras estendidas. Mas os aldeões estavam preparados. Eles rapidamente cercaram o Kappa, e enquanto ele girava para enfrentar cada um, inadvertidamente se curvava para eles, fazendo com que a água em sua cabeça se derramasse novamente. Enfraquecido e desorientado, o Kappa colapsou no chão. Os aldeões não perderam tempo—rapidamente amarraram a criatura com cordas e a arrastaram para longe do rio. O Kappa, agora desprovido de poder sem a água em sua cabeça, foi levado para a praça da aldeia. Os aldeões debateram o que fazer com ele—alguns queriam baní-lo para uma terra distante, enquanto outros sugeriam matá-lo para garantir que nunca mais os ameaçasse. Mas a anciã da aldeia, sempre sábia, falou. "O Kappa é uma criatura da natureza, e como todas as criaturas, tem seu lugar no mundo. Devemos mostrar-lhe misericórdia e deixá-lo ir. Mas faremos com que ele jure nunca mais prejudicar nossa aldeia." Os aldeões concordaram, e a anciã se aproximou do Kappa, que estava deitado no chão, muito fraco para se mover. "Você jurará," ela disse, "que nunca mais prejudicará as pessoas desta aldeia. Em troca, permitiremos que você viva." O Kappa, embora enfraquecido, ainda conservava seu senso de honra. Ele assentiu solenemente, concordando com os termos da anciã. Os aldeões o carregaram de volta ao rio e o libertaram na água. {{{_04}}} A partir daquele dia, o Kappa nunca mais perturbou a aldeia. As pessoas retornaram às suas vidas pacíficas, embora nunca tenham esquecido as lições que aprenderam. O rio, antes fonte de medo, tornou-se um lugar de respeito e cautela. A história do Kappa foi passada para as gerações futuras, não apenas como um aviso, mas como um lembrete do equilíbrio entre o homem e a natureza. Quanto a Kenta, ele tornou-se uma figura respeitada na aldeia, conhecido não apenas por sua coragem, mas por sua nova sabedoria. Ele frequentemente permanecia à beira do rio, olhando para a água com uma compreensão silenciosa da criatura que espreitava sob sua superfície. E, embora o Kappa tenha desaparecido, sua presença sempre foi sentida, um lembrete de que algumas lendas são muito reais.O Jovem Curioso
Uma Aldeia com Medo
O Retorno do Kappa
O Confronto Final
O Destino do Kappa