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Sobre a História: A História do Emu e do Jabiru é um Folktale de australia ambientado no Ancient. Este conto Descriptive explora temas de Wisdom e é adequado para All Ages. Oferece Moral perspectivas. Uma história atemporal da Austrália sobre rivalidade, sobrevivência e a sabedoria adquirida a partir da terra.
No coração do interior australiano, onde a terra vermelha se estende por quilômetros e o sol pinta o céu com tons de laranja e rosa, viviam duas aves magníficas tão diferentes quanto o dia e a noite – o Emu e o Jabiru. Esta é uma história transmitida através das gerações do povo aborígene, uma narrativa de orgulho, resiliência e profundas lições aprendidas com a terra. Esta história mergulha na antiga rivalidade entre essas duas aves, levando-nos numa jornada pelas paisagens árduas, mas belas, da Austrália, onde a sabedoria era adquirida e as amizades eram testadas.
A Austrália, muito antes da chegada da humanidade, era um reino onde os animais falavam e os espíritos da natureza reinavam supremos. O Tempo dos Sonhos, o período mítico quando os seres ancestrais moldaram o mundo, foi uma época de harmonia entre todas as criaturas, onde cada elemento da natureza tinha seu lugar. Neste vasto território, o Emu e o Jabiru estavam entre as aves mais respeitadas. O Emu, com suas longas pernas e suaves penas marrons, era uma ave incapaz de voar, mas uma das corredoras mais rápidas do interior. Já o Jabiru era uma ave majestosa do voo, com suas pernas longas e esguias e asas que o podiam levar alto no céu, observando o mundo de cima. Embora fossem diferentes, compartilhavam o mesmo lar e frequentemente se cruzavam. Um dia, quando o sol estava em seu ponto mais alto no céu, o Emu e o Jabiru se encontraram em um poço d'água. Enquanto estavam junto às águas frescas, se observavam com respeito e rivalidade. O Jabiru, conhecido por seu orgulho, estendeu suas asas e olhou para cima em direção ao Emu. — Você que não pode voar — disse o Jabiru, com a voz cheia de arrogância —, como pode entender a liberdade dos céus? O Emu, impassível, bagunçou suas penas e respondeu calmamente: — E você, que só conhece o ar, como pode entender os segredos escondidos na terra? As palavras pairaram no ar como o calor do interior, e não demorou muito para que a rivalidade se transformasse em desafio. O Jabiru, cheio do desejo de provar sua superioridade, propôs uma aposta. — Vamos fazer uma corrida — disse ele, com os olhos brilhando —. Vamos competir pela terra: eu voo enquanto você corre. Quem chegar primeiro à sagrada Rocha Uluru será declarado a ave mais poderosa da terra. O Emu concordou, pois sabia que, embora não pudesse voar, suas pernas eram rápidas e sua resistência, incomparável. O desafio foi lançado, e animais de toda a terra se reuniram para assistir à corrida entre o céu e a terra. Quando o dia da corrida chegou, o Jabiru tomou voo com um bater poderoso de suas asas, enquanto o Emu disparava à frente, seus pés batendo no chão em passos rítmicos. Enquanto o Jabiru sobrevoava, ele ria, acreditando que venceria facilmente. Mas conforme a corrida avançava, os ventos ficaram mais fortes e os céus se tornaram turbulentos, desacelerando o Jabiru. Enquanto isso, o Emu mantinha um ritmo constante, navegando pelo terreno acidentado com facilidade, conhecendo cada depressão e elevação da terra como a palma de seu corpo sem asas. Pela metade do percurso, o Jabiru, pego por uma rajada de vento, foi desviado de rota e se perdeu. Desesperado para encontrar o caminho de volta, ele voou cada vez mais baixo, mas a paisagem abaixo estava desconhecida. O Emu, porém, mantinha os olhos focados à frente, usando os marcos que conhecia por toda a vida para guiá-lo. Após horas de luta, o Jabiru pousou, exausto e perplexo. Enquanto descansava suas asas, viu o Emu se aproximando, ainda forte e determinado. — Como isso é possível? — pensou o Jabiru, maravilhado com a resiliência do Emu. O Emu parou ao lado dele e disse: — A terra pode não ser tão grandiosa quanto o céu, mas é firme e verdadeira. Aqueles que conhecem seus caminhos nunca se perdem. Sentindo-se humilhado, o Jabiru percebeu que havia mais na força do que asas que podiam planar. Ele observou enquanto o Emu continuava sua jornada, seus passos inabaláveis. Anos se passaram após a corrida, e o Jabiru e o Emu viveram suas vidas separadas, com um respeito renovado um pelo outro. No entanto, a amizade deles foi testada quando uma grande seca assolou a terra. Poços d'água secaram, e as plantas murcharam sob o sol escaldante. Todos os animais sofreram, e muitos temiam não sobreviver à estação rigorosa. Em tempos tão desesperados, o Emu e o Jabiru se encontraram novamente no mesmo poço d'água. Restava pouco, e ambas as aves olhavam para o precioso recurso. Ficou claro que não havia o suficiente para os dois, e a rivalidade que antes havia diminuído começou a ressurgir. O Jabiru, lembrando-se de sua arrogância de anos atrás, olhou para o Emu e disse: — Talvez devêssemos compartilhar o pouco que resta. O Emu, orgulhoso e independente, respondeu: — Devemos encontrar nosso próprio caminho para sobreviver. A seca nos testará a ambos. E assim, eles seguiram caminhos diferentes, cada um buscando água em direções distintas. Dias se transformaram em semanas, e o Jabiru, que dependia dos céus para se guiar, não encontrou alívio. O Emu, por outro lado, cavou profundamente na terra, descobrindo nascentes escondidas que o sustentavam. Com o tempo, o Jabiru enfraqueceu, suas asas pesadas pela sede. Foi então que ele viu o Emu mais uma vez, parando ao lado de um pequeno poço que ele havia descoberto. — Ajude-me — implorou o Jabiru, seu orgulho agora ausente —. Não posso sobreviver sem água. O Emu olhou para seu antigo rival e, com um coração bondoso, ofereceu-lhe um gole. — A terra fornece — disse ele suavemente —. Você só precisa aprender a pedir. Quando a seca finalmente passou e as chuvas retornaram, o Emu e o Jabiru ficaram lado a lado mais uma vez. Eles aprenderam que cada um tinha suas próprias forças e fraquezas, e que a sobrevivência não dependia de quem era o mais poderoso, mas de quem estava disposto a se adaptar e aprender. O Emu virou-se para o Jabiru e disse: — Você pode voar mais alto que qualquer ave, mas é no chão que você encontra os maiores tesouros da vida. O Jabiru assentiu, respondendo: — E você pode nunca planar, mas seus pés estão sempre no caminho da sabedoria. Sua jornada ensinou-lhes que a terra e o céu não eram tão diferentes afinal. Eram apenas dois lados da mesma história, uma narrativa tecida no tecido do Tempo dos Sonhos, onde cada criatura tinha seu lugar e propósito. A história do Emu e do Jabiru espalhou-se amplamente, tornando-se uma lição para todos que a ouviam. Diziam que até mesmo os grandes espíritos da terra notaram sua jornada e decidiram honrar as duas aves de uma maneira especial. A partir daquele dia, as penas do Emu tornaram-se um símbolo de força e resistência, enquanto as asas do Jabiru representavam liberdade e graça. A terra e o céu permaneceram em equilíbrio, assim como o Emu e o Jabiru aprenderam a ser. E embora continuassem a viver suas vidas à sua maneira, nunca esqueceram as lições que aprenderam um com o outro. O Tempo dos Sonhos continuou, e com o passar dos anos, o Emu e o Jabiru tornaram-se parte da canção eterna da terra, um lembrete de que a verdadeira sabedoria não vem da força ou da velocidade, mas da compreensão do próprio lugar no mundo. Até os dias de hoje, a história do Emu e do Jabiru é contada pelo povo aborígene como um lembrete das verdades ancestrais. É uma história sobre orgulho e humildade, sobre saber quando liderar e quando seguir, e sobre a profunda conexão que une todos os seres vivos.Uma Terra de Beleza e Equilíbrio
A Aposta
A Lição da Terra
Um Tempo de Seca
Sabedoria dos Anciãos
Um Legado de Equilíbrio
Conclusão: O Espírito da Terra