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Sobre a História: A História de Krishna e a Serpente Kaliya é um Myth de india ambientado no Ancient. Este conto Dramatic explora temas de Good vs. Evil e é adequado para All Ages. Oferece Cultural perspectivas. A dança divina de Krishna traz paz a Vrindavan ao derrotar a temível serpente Kaliya.
**Introdução**
No coração da antiga Índia, aninhada nas florestas sagradas de Vrindavan, fluía um poderoso rio, a Yamuna. As águas desse rio eram outrora puras, claras e vivas, mas logo tornaram-se escuras e mortais devido a uma grande ameaça que espreitava em suas profundezas — a serpente venenosa, Kaliya. Essa serpente, com suas muitas cabeças e natureza temível, havia reivindicado uma parte do rio como sua, poluindo as águas e aterrorizando todos que se aproximavam. Os animais e as pessoas que viviam perto da Yamuna estavam cheios de medo, sabendo que as águas estavam contaminadas e o perigo se aproximava.
Mas assim como a escuridão muitas vezes precede a luz, a esperança residia no coração de uma criança jovem, um ser divino destinado a restaurar a paz e a harmonia no mundo. Essa criança não era outra senão Krishna, o menino de pele azul de Vrindavan, amado por todos por suas travessuras brincalhonas, seu encantador toque de flauta e sua sabedoria infinita, mesmo quando criança. Poucos sabiam que o charme brincalhão de Krishna mascarava o imenso poder e divindade que ele possuía, e seria esse poder que em breve seria testado pela monstruosa Kaliya.
**As Águas Envenenadas**
O povo de Vrindavan dependia da Yamuna para suas necessidades diárias. O rio lhes fornecia água para beber, cozinhar e irrigar. No entanto, as coisas tomaram um rumo sombrio. Animais estavam morrendo misteriosamente perto das margens do rio, seus corpos sem vida inchados e rígidos, e as águas do rio, antes cristalinas, tornaram-se escuras e venenosas. O fedor da morte pairava sobre a Yamuna como uma névoa densa, e ninguém ousava mais se aproximar.
Os anciãos de Vrindavan falavam de Kaliya, uma serpente com mil cabeças, que havia feito da Yamuna seu lar. Seu veneno era tão tóxico que envenenava não apenas a água, mas também o próprio ar ao seu redor. Pássaros que voavam sobre o rio caíam mortos, e as plantas próximas à margem do rio murchavam e morriam.
Um dia, enquanto Krishna e seus amigos brincavam perto do rio, notaram a mudança no ambiente. As risadas das crianças desapareceram quando viram animais deitados sem vida nas margens, e o outrora belo rio fluindo em negro. Os meninos, assustados, avisaram Krishna para não se aproximar mais. Mas Krishna, com seu sorriso sempre presente, não sentiu medo.
“Vou ver o que está se escondendo nestas águas”, disse Krishna, sua voz calma, mas determinada.
Seus amigos imploraram para que ele ficasse, mas Krishna estava resoluto. Ele sabia que, se essa serpente não fosse afastada, Vrindavan e seu povo sofreriam ainda mais. Com um salto gracioso, Krishna mergulhou no rio, desaparecendo sob sua superfície escura.
**O Encontro com Kaliya**
Enquanto Krishna mergulhava mais fundo nas águas envenenadas da Yamuna, ele se viu cercado por uma escuridão densa e sufocante. Era como se a própria essência do rio tivesse sido corrompida pelo mal que residia dentro dele. No entanto, Krishna, imune às águas venenosas, nadou adiante, determinado a confrontar a serpente.
Logo, no fundo do leito do rio, Krishna a avistou — uma figura massiva e ondulante, suas muitas cabeças balançando ominosamente na água. Era Kaliya, a serpente que havia trazido terror a Vrindavan. Seus olhos brilhavam com uma luz feroz e malévola, e suas escamas cintilavam com um brilho negro antinatural. Quando Kaliya avistou Krishna, a serpente sibilar, suas mil cabeças erguendo-se, prontas para atacar.
Com velocidade relâmpago, Kaliya atacou Krishna, esperando afogá-lo nas águas tóxicas e devorá-lo inteiro. Mas Krishna, com sua agilidade divina, evitou o golpe mortal da serpente. Ele dançava sem esforço na água, seus movimentos graciosos e fluidos. Enfurecida, Kaliya atacava repetidamente, mas a cada vez, Krishna escapava do ataque com facilidade.
A batalha continuava ferozmente, mas Krishna sabia que não poderia deixá-la prosseguir por muito tempo. Ele precisava subjugar Kaliya, não apenas por sua própria segurança, mas pela segurança de toda a aldeia. Com um salto poderoso, Krishna emergiu da água, aterrissando na enorme cabeça de Kaliya.
**A Dança de Krishna**
Enquanto Krishna estava de pé na cabeça de Kaliya, a serpente se debatia violentamente, tentando lançá-lo fora. Mas Krishna permaneceu firme, seus pés firmemente plantados na escama da serpente. Naquele momento, algo incrível aconteceu. Krishna começou a dançar. Seus pés moviam-se em perfeita harmonia e, a cada passo, o peso de sua presença divina pressionava Kaliya.
A serpente, outrora cheia de raiva e veneno, começou a sentir o poder avassalador da graça divina de Krishna. Suas mil cabeças se contorciam em agonia, cada uma sucumbindo à força da dança de Krishna. Enquanto Krishna dançava, as águas venenosas ao seu redor começaram a clarear, e o rio uma vez mais brilhou com pureza.
O povo de Vrindavan, que havia se reunido na margem do rio temendo pela segurança de Krishna, assistiu em admiração. Poderam ver as águas escuras recuando, substituídas pelo fluxo claro e vivificante da Yamuna mais uma vez. Os amigos de Krishna também ficaram maravilhados, percebendo que seu companheiro brincalhão não era um menino comum — ele era um protetor divino.
Kaliya, finalmente sobrecarregada pelo poder da dança de Krishna, começou a se render. Suas muitas cabeças se curvaram em submissão, e seus olhos outrora ardentes suavizaram-se em derrota.
**A Rendição de Kaliya**
Kaliya, agora quebrada e humilhada, percebeu que não era páreo para Krishna. Ele havia aterrorizado as águas da Yamuna por tempo demais, e agora sabia que seu reinado de medo havia chegado ao fim. A serpente, com todo o seu orgulho e arrogância despidos, suplicou por misericórdia.
Krishna, compassivo como sempre, olhou para Kaliya. Ele podia ver o remorso na serpente e sabia que era hora de encerrar a batalha. Mas Krishna também sabia que Kaliya não poderia permanecer na Yamuna por mais tempo.
“Você deve deixar estas águas e nunca mais voltar,” ordenou Krishna, sua voz firme, mas gentil. “Vá para o oceano, onde não mais causará mal a ninguém.”
Kaliya, grata pela misericórdia de Krishna, concordou. Prometeu deixar a Yamuna para sempre e, com uma última reverência de suas muitas cabeças, deslizou para as profundezas do rio, dirigindo-se em direção ao oceano.
Enquanto Kaliya desaparecia de vista, o rio retornou ao seu estado natural. As águas estavam novamente puras e claras, e a vida voltou às margens da Yamuna. O povo de Vrindavan regozijou-se, seus corações cheios de gratidão pela bravura e graça divina de Krishna.
**O Retorno da Harmonia**
Com a derrota de Kaliya, a paz foi restaurada em Vrindavan. As pessoas não mais temiam a Yamuna, e o rio voltou a ser a força vital da aldeia. Krishna, tendo salvado a aldeia do terror da serpente, retornou aos seus amigos, com seu sorriso tão brilhante como sempre.
Os aldeões celebraram a vitória de Krishna com grande alegria, sabendo que testemunharam um ato divino. Eles honraram Krishna como o protetor de Vrindavan, e histórias de sua bravura se espalharam amplamente.
Mas para Krishna, era apenas mais um dia. Ele não buscava glória ou elogios; seu coração estava sempre com as pessoas que amava. Enquanto tocava sua flauta à beira do rio, o som de sua doce melodia preenchia o ar, lembrando a todos que a paz e a harmonia sempre prevaleceriam enquanto Krishna estivesse lá para guiá-los.
**A Lenda Continua**
A história de Krishna e a serpente Kaliya tornou-se uma lenda atemporal na terra da Índia, passada de geração em geração. O povo de Vrindavan continuou a honrar Krishna, não apenas por sua bravura, mas pelo amor e compaixão que ele demonstrava a todos os seres, até mesmo à temível Kaliya.
O rio Yamuna, agora livre do veneno da serpente, fluía com pureza e vida mais uma vez. Tornou-se um símbolo da vitória de Krishna sobre a escuridão e um lembrete de que mesmo as forças mais aterrorizantes podiam ser superadas pelo amor e pela graça.
Nos anos vindouros, a lenda da dança de Krishna sobre a cabeça de Kaliya seria celebrada em canções, apresentações de dança e festivais. As pessoas encenariam a história, dançando da mesma forma que Krishna dançou sobre a cabeça da serpente, lembrando o mundo do poder do bem sobre o mal, da luz sobre a escuridão e do amor sobre o medo.
O legado de Krishna perdurou, não apenas nos corações do povo de Vrindavan, mas em toda a terra. E embora o menino que uma vez dançou sobre a cabeça da serpente já não estivesse mais presente fisicamente, seu espírito permanecia, guiando o povo da Índia com a mesma graça e sabedoria que derrotara a poderosa Kaliya.
**Epílogo**
E assim, o conto de Krishna e a serpente Kaliya continua a inspirar aqueles que o ouvem. É uma história de bravura, compaixão e o triunfo do bem sobre o mal. No final, ela nos lembra que, não importa quão escuro o mundo possa parecer, sempre há luz — uma luz que brilha de dentro, como fez Krishna, o protetor divino de Vrindavan.