8 min

A Bruxa da Floresta de Hoia Baciu
A mysterious twilight scene at the edge of Hoia Baciu Forest, where the young heroine stands, lantern in hand, gazing into the eerie depths, her curiosity ignited by the haunting allure of the legendary woods.

Sobre a História: A Bruxa da Floresta de Hoia Baciu é um Legend de romania ambientado no Contemporary. Este conto Descriptive explora temas de Courage e é adequado para Young. Oferece Cultural perspectivas. Uma história perturbadora de magia, traição e redenção na enigmática Floresta Hoia Baciu.

A Floresta Hoia Baciu, um extenso labirinto de árvores retorcidas e silêncio inquietante, há muito tempo cativa e aterroriza aqueles que se atrevem a aventurar-se em suas profundezas. Este bosque misterioso, localizado próximo a Cluj-Napoca, na Romênia, está repleto de lendas. Histórias abundam sobre luzes estranhas que piscam entre os troncos, sussurros carregados pelo vento que parecem chamar pelo nome das pessoas e figuras sombrias que desaparecem quando são abordadas. Porém, em meio a esses contos assombrosos, um nome ressoa mais alto que os demais: a Bruxa da Floresta.

Os aldeões que vivem à sombra da Hoia Baciu pronunciam seu nome com uma mistura de medo e reverência. Dizem que ela protege a floresta daqueles que desejam prejudicá-la e pune os indesejados que se aventuram demais. Alguns acreditam que ela é um fantasma; outros afirmam que é uma poderosa feiticeira que escolheu o exílio em vez da morte. Mas ninguém que a tenha visto fala dela de maneira leve.

Esta história não começa com a própria bruxa, mas com uma jovem chamada Emilia, cuja curiosidade insaciável a levaria ao coração da floresta, onde a verdade por trás da lenda aguardava.

Segredos na Floresta

Uma jovem garota segura uma cesta perto das árvores retorcidas da Floresta Hoia Baciu, cujas sombras formam um arcez ominoso.

O sol da manhã filtrava-se pelas frestas das persianas, iluminando a pequena cozinha onde Emilia estava sentada, mexendo distraidamente uma panela de chá. O ranger rítmico da cadeira de balanço de sua avó preenchia o silêncio.

— Você está me ouvindo, querida? — perguntou sua avó, Anca, de forma abrupta.

— Sim, avó — respondeu Emilia, embora seu olhar estivesse fixo na janela. Além do jardim modesto, a borda da Floresta Hoia Baciu se erguia, suas árvores balançando com uma brisa que ela não conseguia sentir.

Anca suspirou e colocou seu tricô no colo. — Estou falando sério, Emilia. Você nunca deve entrar naquela floresta. Não é um lugar para os vivos.

— Eu sei, eu sei — disse Emilia, com a voz tingida de impaciência. — Você me disse isso uma centena de vezes.

— E eu lhe direi mais cem vezes se isso te mantiver segura — disse Anca, suavizando o tom. — A floresta toma o que quer e não devolve nada.

Mas a curiosidade de Emilia era uma chama teimosa. Ela tinha ouvido as histórias sobre a Bruxa da Floresta desde criança, sussurradas em tons baixos por aldeões que afirmavam ter visto coisas estranhas entre as árvores. Ainda assim, ela sempre se perguntou se a bruxa era real — ou se tudo não passava de um conto para manter as crianças longe demais.

Mais tarde naquele dia, enquanto colhia ervas para os remédios de sua avó, Emilia se encontrou mais perto da floresta do que pretendia. As árvores se erguiam como sentinelas, seus galhos retorcidos estendendo-se como se a convidassem. Algo na maneira como as sombras se moviam parecia vivo, quase convidativo.

Antes que percebesse, ela estava atravessando o limiar, seus pés craquelando sobre as folhas caídas. O ar ficou mais fresco, e os sons familiares de pássaros e insetos desapareceram. Mais e mais ela vagava, até que chegou a uma clareira estranha onde carvalhos antigos se alinhavam em um círculo perfeito. Seus galhos retorcidos formavam um dossel intricado, permitindo que apenas feixes de luz solar penetrassem. No centro do círculo, o ar parecia cintilar como se carregado de energia invisível.

— Emilia! — a voz de sua avó soou, aguda e urgente. Emilia girou-se para encontrar Anca parada à beira da clareira, com o rosto pálido. — O que você está fazendo aqui?

— Eu... eu estava apenas olhando — gaguejou Emilia.

— Este não é um lugar para "apenas olhar" — disse Anca, agarrando seu braço e puxando-a para trás. — Esse círculo é onde a bruxa habita. Você quer que ela te leve?

Um Sussurro do Passado

Uma mulher etérea surge em um círculo de carvalhos brilhantes, enquanto uma jovem com uma lanterna a observa fascinada.
Um encontro místico no círculo de antigos carvalhos, onde Emília conhece Lavínia.

De volta em casa, a agitação de Anca persistia. Ela ocupou-se com suas ervas, mas suas mãos tremiam enquanto trabalhava. Finalmente, sentou Emilia junto ao fogo e começou a contar a história que há muito tempo mantinha enterrada.

— O nome dela era Lavinia — começou Anca, olhando para as chamas. — Ela foi como eu — uma curandeira, alguém que usava os dons da floresta para ajudar os outros. Mas os aldeões, em seu medo e ignorância, se voltaram contra ela. As colheitas falharam, as crianças adoeceram, e eles a culpavam.

Emilia inclinou-se para frente, seu pulso acelerando. — O que aconteceu com ela?

— Eles a perseguiram para a floresta — disse Anca, com a voz carregada de tristeza. — Mas Lavinia não implorou nem fugiu. Em vez disso, ela manteve seu lugar. Ela chamou a própria floresta para protegê-la, e a floresta respondeu. As árvores ganharam vida, capturando seus perseguidores. Mas a floresta fez mais do que protegê-la — ela a reivindicou. Ela se tornou sua guardiã, seu espírito. Agora, ela vigia a floresta, e aqueles que cruzam seu caminho raramente retornam.

Durante dias, Emilia não conseguia parar de pensar na história. Tentou afastá-la da mente, mas a memória do ar cintilante na clareira a atraía. E se a bruxa não fosse um monstro? E se ela fosse mal compreendida, assim como Lavinia?

A Bruxa Revelada

Uma noite de luar, a curiosidade de Emilia superou seu medo. Ela saiu da cama silenciosamente, o coração batendo forte enquanto retornava à clareira. A floresta parecia recebê-la desta vez, suas sombras se abrindo para guiar seu caminho.

Quando ela entrou no círculo de carvalhos, o ar crepitava com energia. Uma rajada súbita de vento apagou sua lanterna, mergulhando-a na escuridão. E então, ela a viu.

Lavinia emergiu das sombras, sua figura tanto etérea quanto sólida. Seu cabelo escuro fluía como noite líquida, e seus olhos brilhavam com uma luz que não era nem humana nem sobrenatural.

— Você não deveria ter vindo aqui — disse Lavinia, com a voz baixa e ressonante.

— Eu... eu queria te ver — conseguiu dizer Emilia, com a voz trêmula.

A bruxa inclinou a cabeça, estudando a garota. — Poucos me procuram de forma voluntária. Por quê?

— Porque eu não acredito que você seja o monstro que dizem que você é — disse Emilia, ganhando força na voz. — Acho que você é mais do que isso.

A expressão de Lavinia suavizou, e por um momento, ela parecia quase humana. — E o que você espera encontrar aqui, criança?

— Eu não sei — admitiu Emilia. — Mas talvez você saiba.

Lições da Floresta

Os aldeões com tochas encaram Lavínia e Emília em um claro iluminado da floresta, enquanto vinhas e galhos protegem o círculo de carvalhos.
Uma confrontação climática no círculo de antigos carvalhos, onde Lavinia utiliza o poder da floresta para repelir os aldeões enquanto Emilia intervém.

Nas semanas que se seguiram, Emilia retornou à floresta, cada vez adentrando mais no mundo de Lavinia. A bruxa ensinou-a a ouvir as árvores, a entender seus sussurros e os ritmos da floresta. Mostrou a Emilia como curar com as plantas que outros negligenciavam e como ver os fios de energia que conectavam todos os seres vivos.

Mas nem tudo era pacífico. Quanto mais Emilia aprendia, mais ela se conscientizava do equilíbrio frágil da floresta. A ganância e a imprudência dos aldeões deixaram cicatrizes, e o poder de Lavinia não era suficiente para curá-las todas.

— Você deve ter cuidado — advertiu Lavinia uma noite, enquanto estavam sob os carvalhos antigos. — A floresta dá, mas também tira. Não deixe que ela te consuma.

Emilia assentiu, mas sentia a atração da floresta ficando mais forte. Era como se as próprias árvores sussurrassem seu nome, instando-a a ficar.

Um Acerto de Contas

Emília, segurando um bastão, está em uma floresta iluminada, cercada por carvalhos antigos, com uma expressão tranquila e determinada.
Um momento tranquilo que retrata Emilia como a nova guardiã da Floresta Hoia Baciu, simbolizando a harmonia entre a humanidade e a natureza.

A notícia das visitas de Emilia à floresta se espalhou rapidamente pela aldeia. Temerosos da crescente influência da bruxa, os aldeões decidiram tomar medidas por conta própria. Numa noite de tempestade, uma turba armada com tochas e machados marchou para a floresta, determinada a destruir o círculo de carvalhos.

Emilia, percebendo o perigo, correu para avisar Lavinia. Quando chegou, a bruxa já estava esperando, seus olhos ardendo de fúria. — Eles não vão ouvir — disse Lavinia. — Eles nunca ouvem.

À medida que os aldeões entravam na clareira, a floresta parecia ganhar vida. Cipós irrompiam do chão, enroscando seus pés, enquanto galhos balançavam como braços vivos. Mas os aldeões resistiram, incendiando as árvores com suas tochas.

— Parem! — gritou Emilia, entrando no tumulto. — Vocês estão destruindo tudo!

Sua voz foi abafada pelo caos. Desesperada, ela se virou para Lavinia. — Tem que haver outra maneira. Por favor.

Lavinia hesitou, sua expressão dolorida. — Se eu deixo que destruam esta floresta, eu deixarei de existir. Mas se eu lutar, eles nunca vão parar.

Naquele momento, Emilia fez uma escolha. Ela entrou no centro do círculo, com os braços estendidos. — Leve-me — disse ela. — Se isso salvar a floresta, leve-me.

O ar ficou parado. O olhar de Lavinia suavizou, e ela estendeu a mão para tocar a bochecha de Emilia. — Você é mais corajosa do que eu jamais fui — disse ela. — Mas este não é seu fardo para carregar.

Com uma última onda de poder, Lavinia fez os aldeões fugirem, suas tochas apagadas e seus corações pesados de medo. Quando a clareira silenciou, ela virou-se para Emilia pela última vez. — A floresta precisa de uma guardiã — disse ela. — Alguém que possa caminhar na linha entre sua magia e o mundo exterior. Você aceita?

Emilia assentiu, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Sim.

A partir desse dia, Emilia tornou-se a nova guardiã da Hoia Baciu. Os aldeões falavam dela em sussurros, assim como faziam com Lavinia. Mas aqueles que se aventuravam na floresta encontravam não terror, mas uma paz silenciosa, como se as próprias matas finalmente tivessem encontrado equilíbrio.

E nos sussurros das árvores, Emilia ainda podia ouvir a voz de Lavinia, guiando-a enquanto ela caminhava pelo caminho da Bruxa da Floresta.

Loved the story?

Share it with friends and spread the magic!

Cantinho do leitor

Curioso sobre o que os outros acharam desta história? Leia os comentários e compartilhe seus próprios pensamentos abaixo!

Avaliado pelos leitores

Baseado nas taxas de 0 em 0

Rating data

5LineType

0 %

4LineType

0 %

3LineType

0 %

2LineType

0 %

1LineType

0 %

An unhandled error has occurred. Reload